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acervo
Acervo do Coelho | America MG » 2014 » novembro

Euller

Euller

Euller AMG

Nome completo: Euller Elias de Carvalho
Data de nascimento:
15/03/1971
Clubes:  América (1988-93, 2007-2011); São Paulo (1994-05); Atlético-MG (1995-97; 2005); Palmeiras (1997; 1998-2000); Verdy Kawazaki (1998); Vasco da Gama (2000-01); Kashima Antlers (2002-2003); São Caetano (2004);  

O atacante Euller, famoso em todo Brasil pelo apelido de “O Filho do Vento”, acumulou mais de 10 anos de América durante a carreira (1987-1993, 2007-2012): O veloz e explosivo atacante foi revelado pelo clube no início da década de 90, durante o título estadual americano após duas décadas de jejum, e se despediu do futebol em outro momento histórico do clube, em pleno ano do centenário, durante a partida de reinauguração do estádio do Independência em 2012. Ao todo, foram 10 temporadas, 79 gols e 3 títulos pelo Coelho (Estaduais de 1993 e 2007 e o Campeonato Brasileiro da Série C em 2009). Vale lembrar que Euller é o quinto maior goleador da história do clube, com 79 tentos, um a mais do que o lendário Jair Bala.

O craque foi contratado pelo Coelho em 1987, após um inusitado acordo com o Valério, que trocou o jovem atacante de apenas 16 anos por doze pares de chuteira. Pouco depois, foi elevado aos profissionais do América em 1990, ao lado de outras revelações do clube como Palhinha e Ronaldo Luiz. No entanto, Euller retornou aos juvenis por problemas de comportamento e só voltaria aos profissionais em 1993, quando enfim despontou para o futebol.

Naquele ano, o atacante foi considerado a principal revelação do Campeonato Mineiro durante a conquista estadual americana após 22 anos de jejum. O jogador marcou 9 gols durante a competição e foi um dos grandes heróis da redenção americana. Foi nessa época que Euller recebeu seu apelido inconfundível, conhecido nacionalmente. O criador foi o locutor esportivo Milton Naves, da Rádio Itatiaia.

Valorizado como mais uma revelação da base americana na década, Euller foi vendido para o São Paulo do antigo torcedor americano Telê Santana em 1994. Ainda jovem, Euller foi um dos principais destaques do “Expressinho Tricolor”, equipe reserva do São Paulo que foi campeão internacional da Copa Commebol de 1994. Pouco depois, Euller retornou ao futebol mineiro para defender o rival Atlético, onde ficou marcado como ídolo da torcida.

Denis vs Euller

Euller em ação contra o América: O atacante também é ídolo do rival Atlético-MG.

Euller também fez sucesso por outras grandes equipes do sudeste brasileiro, como Palmeiras e Vasco da Gama. Pelo Palmeiras, foi campeão da Copa Libertadores de 1999 e conquistou a torcida com gols decisivos, como durante “a maior virada da história da Copa do Brasil” contra o Flamengo. Já em 2000, o atacante liderou o Vasco rumo ao título do Campeonato Brasileiro e da Copa Mercosul. Euller foi apontado por ninguém menos que Romário, melhor jogador do mundo em 1994, como o personagem mais importante daquela grande equipe cruzmaltina. Ídolo histórico dos vascaínos, Euller chegou a ser mencionado pelo craque da camisa 11 como um dos que mais lhe ajudaram a alcançar a controversa marca de 1000 gols na carreira.

Em alta, o ponta chegou a defender a Seleção Brasileira de Luiz Felipe Scollari no período e marcou 3 gols importantes para assegurar o Brasil na Copa do Mundo de 2002 durante a fase de eliminatórias. Muitos achavam que Euller seria convocado para o Mundial, até pelos gols decisivos que marcou nas eliminatórias, mas o atacante acabou ficando de fora.

euller camisas

O americano Euller exibe as camisas dos times que jogou.

O RETORNO

Quinze anos depois de sua primeira passagem, Euller retornou ao América em 2007 durante a pior fase da história do clube. Apesar de contar 35 anos na época, o craque ainda tinha saúde de sobra para liderar uma equipe abatida, que jogaria o módulo II do Campeonato Mineiro pela primeira vez na história. Mas Euller não decepcionou e se tornou um dos grandes símbolos do processo de recuperação do Coelho nos anos seguintes: Desde o retorno do “Filho do Vento”, o América foi campeão mineiro do módulo II em 2008, campeão brasileiro da série C em 2009, conseguiu o acesso à elite nacional em 2010, além de retornar às finais do Campeonato Mineiro em 2012.

euller 2

Euller foi um dos jogadores mais importantes do período: Ao mesmo tempo em que era uma presença inspiradora nos vestiários para jogadores e torcedores, também se consagrou como um dos grandes símbolos do renascimento do Coelho aos olhos da imprensa esportiva brasileira. O incrível renascimento, liderado pela antiga revelação, consolidou ainda mais o atacante no patamar de ídolo da torcida do Coelho. O único elemento que arranha sua carreira e papel de ídolo do América é a idolatria mútua dos rival Atlético-MG.

O Filho do Vento se despediu oficialmente do futebol em 2012, durante a vitória por 2×1 que celebrou o centenário do clube e a reinauguração do estádio do Independência contra os Argentino Juniors. Ao todo, Euller somou mais de 12 anos de América entre as equipes juvenil e profissional.

Gilberto Silva

GILBERTO SILVA

Denis e Gilberto Silva

Nome completo: Gilberto Aparecido da Silva
Data de nascimento:
07/10/1976
Cidade natal: Lagoa da Prata (MG)
Clubes:  América (1997-1999); Atlético-MG (2000-2002; 2013); Arsenal (2002-2009); Panathinaikos (2009-2011); Grêmio (2011-2012);

Gilberto Silva foi o jogador revelado pelo América de maior destaque internacional durante muito tempo. O volante foi titular da Seleção Brasileira durante quase 10 anos, participou de 3 Copas do Mundo, chegou a vestir a braçadeira de capitão da Amarelinha e também foi o primeiro brasileiro da história a conquistar o Campeonato Inglês.

O vitorioso jogador aprendeu muito do que sabe no Coelho, onde foi campeão de títulos nacionais pela equipe juvenil (Copa SP de Futebol Júnior de 96) e profissional (Campeonato Brasileiro da Série B 97).

Gilberto Silva defendeu o América durante 5 anos (1995 e 2000) e acumulou apresentações individuais pelo clube que certamente constam entre as melhores de sua carreira. Na época em que atuava pelo Coelho, Gilberto Silva ainda se destacava pelos gols marcados e não apenas pela eficiência e segurança defensiva. Tanto é que, apesar de ainda atuar como zagueiro, chegou a marcar quase 20 gols no ano de 1999, quando participou da campanha de acesso do Coelho para a Série A e também foi titular da Seleção Mineira de Futebol, que voltou a atividade depois de 8 anos.

No entanto, para os torcedores mais fanáticos, a mútua identificação de Gilberto Silva com América e Atlético arranha um pouco a carreira do jogador pelo clube. Mesmo assim, não anula o fato que o América criou um dos melhores volantes brasileiros de uma geração e que também participou de importantes momentos e títulos da história americana. O grande lamento dos americanos é que o volante optou pelo rival alvinegro durante o retorno ao Brasil. Mesmo assim, Gilberto Silva insiste em declarar o carinho pelo clube sempre que possível, ressaltando os bons momentos que viveu no Independência. O jogador também ajudou financeiramente alguns funcionários do América, como roupeiros e massagistas, mesmo depois de deixar o clube. Seja como for, a qualidade do volante serve como reflexo do excelente desempenho das categorias de base do América durante a década de 1990, multicampeã nas categorias juvenis e uma fábrica de grandes jogadores não apenas em nível nacional.

O INÍCIO

O jogador chegou ao América em 1995. Ainda como juvenil, foi uma das grandes revelações do América durante o título da Copa SP de 1996, principal competição de base no Brasil, ao lado de jogadores como Rinaldo (eleito craque da competição e campeão de cinco títulos a serviço do América), Nakazawa (futuro capitão da Seleção Japonesa) e William (capitão de importantes títulos do Corinthians).

O jogador por pouco não abandonou a carreira após a conquista, com dificuldades financeiras e familiares. De origem muito humilde, chegou a largar o futebol por meses a fim de dedicar-se como operário de uma fábrica, devido aos baixos salários destinados aos juniores da época em todo país, enquanto sua mãe passava por uma doença complicada.

Incentivado por amigos e familiares a tentar nova sorte no futebol, Gilberto Silva foi acolhido de volta pelo América em 1997. No mesmo ano, foi promovido para a equipe profissional. Desde então, tudo começou a mudar na vida do futuro capitão da seleção brasileira. Com apenas 21 anos, Gilberto Silva não decepcionou e fez boas atuações durante a conquista da Série B de 97. Reserva e ainda atuando como zagueiro, o craque fez parte de um memorável setor defensivo que simplesmente não sofreu gols como mandante em jogos do Brasileiro. Em meio a um time talentoso, o jovem zagueiro viveu uma importante experiência que carregaria pelo resto da carreira.

Entre 1998 e 1999, Gilberto Silva conquistou mais espaço no time titular do América e logo foi ganhando fama em Minas por ser um zagueiro de segurança e qualidade técnica. Nessa época, além da estabilidade defensiva, Gilberto também sabia chegar ao ataque com autoridade. Em 1999, o craque viveu sua melhor fase pelo América, quando o então zagueiro chegou a marcar quase 20 gols durante a temporada em que o clube foi vice-campeão estadual e conseguiu o acesso a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Ao lado de outros cinco americanos, Gilberto Silva também foi convocado para a Seleção Mineira após 8 anos sem a convocação das Seleções Estaduais. A serviço do Esquadrão Mineiro, Gilberto Silva teve grande atuação contra a Seleção Paulista durante o dia 11 de outubro e chamou ainda mais a atenção dos grandes clubes do país. O zagueiro-artilheiro pintava como mais uma grande revelação do América na década.

DESPEDIDA

Atraído pelo alto salário oferecido oferecido pelo Atlético-MG, Gilberto Silva, que passou tantas dificuldades financeiras e familiares durante o início de sua carreira, não resistiu a oferta e se transferiu para o rival do América em 2000.

Eis que o treinador Carlos Alberto Parreira, então à serviço do Atlético,  percebeu que a qualidade na saída de bola de Gilberto Silva aliada a segurança defensiva exigia uma mudança de posição para primeiro volante. O treinador campeão do mundo com a Seleção em 94 é tido como o grande responsável pela precisa mudança na posição do jogador. E como volante Gilberto Silva despontou de vez, sendo o principal destaque do Atlético no Campeonato Mineiro de 2001, quando foi vice-campeão justamente para o América, depois de marcar 2 gols na decisão contra seu antigo clube.

Em alta no Atlético, o jogador chegou a seleção Brasileira durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2001, fazendo sua estreia em partida contra o Chile.

SELEÇÃO BRASILEIRA e CONSAGRAÇÃO INTERNACIONAL

A consagração de Gilberto Silva foi a convocação para a Copa do Mundo de 2002, quando o volante foi pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira. O volante foi o segundo jogador revelado pelo América a ser campeão do mundo pela Seleção (o outro foi Tostão) e o quinto jogador criado no Coelho convocado para uma Copa do Mundo (em um total de oito). Com a lesão de Emerson, o jogador atuou em todos os setes jogos da campanha, inclusive na final contra a Alemanha.

Brazil's Ronaldo (l) and Gilberto Silva (r) kiss the World Cup

Após o torneio, Gilberto Silva se transferiu para o Arsenal da Inglaterra e ganhou ainda mais reconhecimento pelo clube inglês, onde foi titular da equipe bi-campeã da Premier League em 2003/2004 e 2004/2005, se transformando no primeiro jogador brasileiro a conquistar a competição. O time de Londres marcou época por ficar uma temporada e meia sem perder na Inglaterra. Um dos momentos marcantes do volante pelo Arsenal foi o gol mais rápido da história do clube no Campeonato Inglês, com apenas 14 segundo de jogo. O jogador também chegou a vestir a braçadeira de capitão do time em algumas oportunidades.

Com o destaque internacional e um penta-campeonato no currículo, Gilberto Silva tornou-se nome costumeiro nas convocações da Seleção Brasileira durante quase uma década. Convocado por Parreira, seu antigo técnico nos tempos de Atlético,  em 2006, e um dos homens de confiança do Dunga em 2010, o jogador completou 3 Copas do Mundo na carreira e chegou a ser o capitão brasileiro durante alguns jogos das eliminatórios durante a Era Dunga.

Sinônimo de humildade e dedicação, nem a identificação com o Atlético foi capaz de tirar o status de ídolo que Gilberto Silva tem com a torcida do Coelho, embora um pouco magoada com sua identificação com o rival, onde se aposentou em 2013, mesmo após ter declarado o desejo de encerrar a carreira no América. Seja como for, o volante é um grande orgulho da base americana e, mais do que apenas uma revelação, um jogador de passagem gloriosa pela equipe, campeão de títulos nacionais tanto pelas categorias de base quanto pela equipe profissional.

Danilo

DANILO

Danilo

(Foto: Reprodução – “O Tempo”)

Nome completo: Danilo Luiz da Silva
Data de nascimento: 15/07/1991
Cidade Natal: Bicas (MG)
Clubes:  América-MG (2007-2010); Santos (2010-2011); Porto (2012-2015); Real Madrid (2015-)

Considerado um dos jogadores mais promissores do futebol brasileiro, Danilo foi o jogador revelado pelo América que atingiu maior valor de mercado no futebol internacional, ao ser vendido para o Real Madrid por nada menos que 31,5 milhões de euros (aproximadamente, 103 milhões de reais) em março de 2015. O lateral-direito revelado pelo América em 2008 acumulou passagens pelas seleções de base desde o início da carreira (foi campeão Mundial sub-20 em 2011) e atualmente integra a Seleção principal comandada pelo treinador Dunga, podendo ser considerado a última grande revelação do América antes do centenário do clube em 2012.

Entre as equipes juvenil e profissional, Danilo jogou no América de 2007 a 2010. Com a camisa do Coelho, o jogador foi campeão brasileiro da Série C em 2009 e eleito o melhor jogador da posição segundo a CBF. Na temporada seguinte, o lateral recebeu o prêmio de “Revelação do Campeonato Mineiro”. O bom momento rendeu as primeiras convocações do jogador para a Seleção Brasileira sub-20.

O jogador ainda teve breve participação na campanha de acesso do Coelho à elite nacional em 2010, antes de ser vendido ao Santos durante o período de recesso para a disputa da Copa do Mundo de Seleções na África do Sul. Danilo fez questão de permanecer na recém-promovida equipe do América até a metade da competição, ao exigir que sua transferência fosse realizada durante o intervalo para o Mundial. O jogador saiu fazendo juras de amor ao clube que lhe deu uma oportunidade no futebol.

Danilo não demorou para brilhar a serviço do Santos: Um ano após sua saída do América, o lateral foi titular durante a conquista santista da Copa Libertadores após 48 anos e impressionou ainda mais por marcar nada menos que 7 gols durante a campanha, um feito incrível para um jogador de sua posição em um torneio de tamanha importância, o que certamente demonstra sua qualidade ofensiva. Pouco depois, Danilo também deixou sua marca contra o Kashima Reysol durante o Mundial de Clubes do mesmo ano.

O bom desempenho chamou atenção do futebol português e Danilo foi transferido ao Porto no começo de 2011. O lateral voltou a brilhar pelo Dragão português e foi 2 vezes campeão nacional como titular (2011-2012; 2012-2013) antes de ser vendido para o Real Madrid por cerca de 31,5 milhões de euros (103 milhões de reais). A transferência rendeu aproximadamente 1,35 milhões de reais para o América, que detém 1,35% do valor por ser o clube formador.

Danilo já provou ser um dos principais laterais de sua geração e promete lutar por uma vaga de titular da posição na Seleção Brasileira durante os próximos anos.

Ao América, cabe aguardar o seu retorno.

Alex Mineiro

ALEX MINEIRO

Nascido em Belo Horizonte, o artilheiro Alex Mineiro teve passagem pelos três grandes clubes do Estado. O jogador foi revelado pelo América entre 1995 e 96, onde foi campeão da Copa SP de Futebol Júnior, principal torneio do país na categoria. Já no Cruzeiro, Alex participou do título da Libertadores em 1997, enquanto no Atlético, foi um dos principais personagens do Atlético na luta contra o rebaixamento em 2004.

No entanto, apesar da carreira de sucesso em seu Estado de origem, o jogador é ídolo mesmo no Estado do Paraná, onde venceu o título do Campeonato Brasileiro de 2001 com o Atlético-PR, sendo o artilheiro do time na competição ao lado de Kléber Pereira, com 17 gols. Depois de marcar 7 gols nos 4 jogos finais do certame, o artilheiro recebeu a “Bola de Ouro” da Revista Placar, como melhor jogador da competição.

Alex Mineiro também fez sucesso pelo Palmeiras durante a temporada de 2008, sendo o artilheiro do Campeonato Paulista do mesmo ano, com 15 gols, novamente ao lado de seu antigo companheiro no Paraná, Kleber Pereira, então no Santos. Alex marcou 3 gols nas finais para se igualar com seu ex parceiro dos tempos de Atlético-PR e faturar o último título paulista da história do Palmeiras até então.  Já no Campeonato Brasileiro da Série A, o artilheiro anotou 19 gols e dessa vez recebeu o prêmio “Bola de Prata” da Placar, como um dos dois melhores atacantes da competição.

Depois de somar quatro passagens pelo Atlético-PR, Alex Mineiro pendurou as chuteiras a serviço do Furacão, em 2012, vencido pelas lesões que o impediram de dar maior longevidade a sua carreira.

Apesar de ter defendido os rivais locais do América, Alex ainda guarda um carinho especial pelo Coelho, clube que lhe abriu as portas no futebol:

“Jogar no América foi excelente para mim. Uma oportunidade muito boa. Passei bons momentos. Fui artilheiro nos anos que fiquei lá. Foi uma excelente passagem. É um clube que tenho uma gratidão muito grande” – disse o antigo artilheiro em entrevista ao diário esportivo mineiro “Super Esportes”.

Palhinha

PALHINHA

Palhinha (placar)

Palhinha, em 1990. (Reprodução: Revista Placar)

Nome completo: Jorge Ferreira da Silva
Data de nascimento: 14
/12/1967
Clubes:  América-MG (1989-91; 2000; 2002); São Paulo (1992-95); Cruzeiro  (1996-97); Mallorca (1997); Flamengo (1998); Grêmio (1998-99); Botafogo (1999); 
Sporting Cristal (2000); Alianza Lima (2001);

O craque Palhinha acumulou três passagens vitoriosas pelo América durante a carreira (1989-92, 2000 e 2002) e, não à toa, conquistou o segundo lugar durante a eleição dos melhores jogadores da história do América, promovida pelo jornal “O Estado de Minas” em 1996, atrás apenas do lendário Jair Bala. E isso porque ainda nem havia sido campeão da Copa Sul-Minas de 2000.

Palhinha surgiu como a grande revelação da base americana durante o fim da década de 1980. Logo em sua temporada de estreia pelo clube, o jovem jogador foi eleito a revelação do Campeonato Mineiro de 1989. Em seguida, liderou o América ao vice-campeonato do Campeonato Brasileiro da Série C de 1990, responsável por consagrar o renascimento do clube no cenário nacional. Palhinha foi eleito o craque mineiro de 1990 pelo jornal o “Estado de Minas” e marcou presença na tradicional seleção do ano escalada pelo mesmo jornal, ao lado de outros três americanos ilustres: Ronaldo Luiz, Sílvio e João Leite.

Depois do início de carreira meteórico pelo América, o jovem artilheiro não fugiu da mira de Telê Santana, então técnico do São Paulo, mas que também agia como espécie de manager das categorias de base do América, clube de coração de sua família. Telê não hesitou em levar a joia Palhinha e outros duas revelações americanas a capital paulista (Euller e Ronaldo Luís). Apenas alguns meses depois de deixar o América, o atacante foi o artilheiro da Copa Libertadores da América de 1992, com 12 gols, e campeão mundial pelo São Paulo.

Depois de brilhar no time do Morumbi, Palhinha foi contratado a peso de ouro pelo Cruzeiro em 1995, onde voltou a ser campeão e artilheiro de títulos importantes, com direito a gol na final da Copa do Brasil. Transferido ao Mallorca em 1997, o craque ainda teve passagens de destaque por Flamengo, Botafogo e Grêmio, antes de ser repatriado pelo América em 2000, quase 10 anos depois de ser revelado pelo clube.

Em sua segunda passagem pelo Coelho, Palhinha agregou muita experiência e talento durante a histórica conquista americana da Copa Sul-Minas de 2000. O filho pródigo teve contribuição direta no título, com gols e assistências durante os momentos mais decisivos do certame: O craque marcou nos jogos de ida e volta contra o forte Atlético-PR (campeão brasileiro no ano seguinte), deu a assistência para o gol de Zé Afonso durante a segunda final contra o Cruzeiro (2×1), além de sofrer o pênalti que garantiu a vitória do Coelho na primeira decisão (1×0). Considerado um dos grandes destaques da importante conquista regional mineiro-americana, Palhinha se imortalizou de vez como referência do pavilhão, apesar de alguns atritos com a torcida durante o percurso. Marcado por excelentes apresentações individuais com a camisa do América, o craque tinha status de estrela no Independência.

palhinha

O craque Palhinha foi decisivo no título da Copa Sul-Minas de 2000.

Pouco depois, Palhinha ainda atuou no futebol peruano, onde vestiu a camisa dos dois principais clubes locais, o Sporting Cristal e o Alianza Lima, ambos rivais da capital Lima. Em 2002, o atacante assinou com o Coelho pela terceira e última vez em sua carreira, antes de pendurar as chuteiras em 2005.

Durante suas 3 passagens pelo América, Palhinha teve atuações brilhantes em nível individual e sempre reservou o melhor de seu jogo atuando pelo Coelho. O craque é lembrado não apenas como um dos melhores jogadores já revelados pelo clube, como também um dos que mais brilharam com a camisa americana em nível individual.

Ronaldo Luís

RONALDO LUÍS:

“O América significou e ainda significa muito para mim. Foi onde ganhei visibilidade e minha primeira oportunidade em um grande clube. Lá, fiz muitos amigos e foi um tempo muito feliz.”

–  Ronaldo Luís, em entrevista para o jornal “SuperEsportes”.

O lateral Ronaldo Luís, bi-campeão mundial de clubes com o São Paulo em 1992 e 1993 e vice-campeão nacional com o Coelho em 1990, compete com Evanilson pelo posto de melhor lateral-esquerdo já revelado pelo América na história. Afinal, muito antes de fazer sucesso como titular do São Paulo bi-campeão mundial em 92-93, o talento de Ronaldo Luís já era conhecido no América, onde teve uma ascensão meteórica como jogador profissional e se marcou como mais uma das grandes revelações do clube na década.

Com menos de 18 anos, Ronaldo Luís foi contratado pelo América após atuações de destaque pelo Guarani de Divinópolis, durante a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro de 1987. Na época, o jogador chamou a atenção de ninguém menos que Jair Bala, que treinou um time da mesma divisão de Ronaldo Luís antes de assumir o comando técnico do Coelho em 1988. Uma das primeiras contribuições do melhor jogador da história do América como treinador do clube foi bancar a vinda do jovem lateral.

A contratação sugerida pelo eterno Jair Bala provou ser pontual, e Ronaldo Luís não apenas conquistou a titularidade rapidamente, como foi eleito a “Revelação do Campeonato Mineiro de 1988”. Dois anos mais tarde, o jogador foi parte fundamental do memorável time americano vice-campeão do Campeonato Brasileiro da Série C de 1990, ao lado dos atacantes Palhinha e Sílvio, além do goleiro João Leite. Aquela geração ficou marcada pelo bom futebol e por recolocar o Coelho no grande cenário nacional, apesar de ter perdido o título nos pênaltis para o Atlético-GO. Naquele ano, Ronaldo foi eleito o melhor lateral-esquerdo de Minas Gerais, segundo eleição do “Estado de Minas”, fazendo parte da Seleção do Ano ao lado de outros 3 americanos. Mais tarde, o lateral referiu-se a final de 1990 como a “primeira grande decisão de sua carreira”.

O sucesso pelo América não passou desapercebido por Telê Santana, treinador do São Paulo mas que nutria vínculos históricos com o Coelho, clube onde seu pai, Zico Santana, jogou como goleiro. Ao lado de seu filho Renê, Telê coordenava um projeto americano de categorias de base, razão pela qual conhecia de perto as principais revelações do Coelho.

Responsável por levar os craques Euller e Palhinha ao time paulistano, Telê Santana também provou estar certo ao apostar no jovem lateral americano. Ao lado de outros antigos companheiros de América, Ronaldo Luís foi titular da histórica equipe do São Paulo, bi-campeã mundial em 92-93. O jogador ficou marcado na história tricolor ao evitar um gol certo do Barcelona durante a final do Mundial, com um carrinho “salvador” em cima da linha do gol. Mais tarde, o jogador descreveu a importância do histórico treinador Telê Santana para o sucesso de sua carreira.

“Telê foi como um pai para mim. Ele gostava muito do meu trabalho, e quando eu recebia propostas para atuar fora, ele não me liberava. Foi o Telê que me trouxe do América, e ser avaliado e comandado por ele só aumentou minha responsabilidade. Eu acho que ele foi a pessoa que Deus usou para me abençoar.”

– Disse o ex-lateral em entrevista para o diário esportivo “Super Esportes”.

Porém, depois da consagração, o lateral não conseguiu manter o alto nível no São Paulo, prejudicado por graves lesões. No total, o lateral já operou o joelho 2 vezes, e teve outras 5 contusões que necessitaram intervenção cirúrgica. Mesmo assim, Ronaldo Luís voltou a vencer títulos por Cruzeiro e Vasco, antes de acertar um aguardado retorno ao América em 1997.

O jogador foi bancado pelo Banco BMF, o maior patrocínio da história do clube, e chegou como uma das principais contratações do América para a temporada. Apesar de novas contusões impedirem maior destaque do lateral, Ronaldo Luís fez parte do time que levou o Coelho ao seu primeiro título nacional. No entanto, já como veterano, Ronaldo Luís perdeu a vaga de titular para o jovem Evanílson, que subiu aos profissionais do América em 97 e chegou à Seleção Brasileira principal em 99.

Pouco depois, o lateral ainda teve passagens por Coritiba e Vasco da Gama, mas a convivência com lesões lhe impediu de construir uma carreira mais longa e duradoura. Em 2002, o vitorioso lateral retornou ao América pela terceira e última vez, para enfim encerrar sua carreira vencedora ao lado de seu antigo companheiro Palhinha, durante a campanha que valeu o sexto lugar no Brasileirão da Série B.

Ronaldo Luís guarda com saudosismo os seus tempos de Coelho, e atualmente se posiciona como torcedor do clube. Durante alguma tempo, o antigo lateral até chegou a ser o representante americano nas tribunas do “Alterosa Esporte”, programa esportivo de televisão filiado ao SBT. O histórico lateral americano garante com as próprias palavras que divide a paixão dos torcedores pelo Coelho:

“Os torcedores do Coelho, no qual eu me incluo, sempre foram muitos fiéis. Eles estiveram do meu lado nos momentos complicados que passei no clube. Podem não ser os maiores, mas amam o time de coração.”

Amaury Horta

Amaury Horta:

O meia Amaury Horta foi um dos principais astros do futebol mineiro durante as décadas de 1960 e 70. Ídolo mútuo de América e Atlético, Horta também acumulou passagens pela Seleção Brasileira entre 1967 e 69.

Amaury Horta começou sua carreira na base do Coelho, em 1958, então com 16 anos. O jogador foi promovido aos profissionais no ano seguinte e, ainda bem jovem, participou da segunda excursão internacional do clube à Europa e da primeira excursão à Argentina. O craque também foi vice-campeão mineiro pelo América em 1961, 1964 e 65, fazendo parte da histórica equipe comandada por Jair Bala e Dario Alegria. Em 1963, o americano foi convocado para a Seleção Mineira e se destacou durante a conquista do Campeonato de Seleções Estaduais do mesmo ano.

Em 1965, o craque foi vendido a peso de ouro para o Comercial de Ribeirão Preto que ficou conhecido como “Carrossel Caipira” em razão das boas campanhas no Estadual Paulista. Ao lado do americano Jair Bala, Horta era um dos jogadores de mais sucesso e prestígio na cidade. Pouco depois, retornou à capital mineira para defender o Atlético, onde se consagrou como um dos principais ídolos alvinegros da década. Campeão Mineiro em 1970 e vice em 67-68-69, as boas apresentações do meia pelo Atlético lhe renderam convocações para a disputada Seleção Brasileira do fim dos anos 70. Amaury Horta chegou a marcar um gol à serviço da Seleção, durante partida contra a antiga Iuguslávia.

Horta foi repatriado pelo América em 1971, para ter uma participação de gala no histórico título invicto do Campeonato Mineiro. Muitos anos depois, em 1997, Amauri também participou de outro importante título do Coelho, quando foi o diretor de futebol da primeira conquista nacional da história do clube.

FONTES:
Terceiro Tempo
Super Esportes

Pintado

PINTADO

Pintado e Zé (avacoelhada)

O volante Pintado, conhecido nacionalmente pela titularidade no bicampeonato mundial do São Paulo em 92-93, também teve uma carreira marcada por títulos no América, onde acumulou duas passagens vitoriosas como jogador: Em 1997, foi uma das principais referências da equipe americana campeã brasileira pela primeira vez, enquanto em 2000 foi o capitão da importante conquista regional da Copa Sul-Minas. Pintado também foi treinador do América em 2004.

ORIGENS

Revelado pelo Bragantino durante o fim da década de 80, Pintado ganhou projeção nacional pelo São Paulo entre 1992 a 1994, quando foi titular da histórica equipe comandada por Telê Santana, bi-campeã Mundial de Clubes em 1992 e 1993. O volante ainda teve passagem pelo futebol mexicano, antes de retornar ao Brasil em 1996 para defender o Santos. O volante foi contratado pelo América no ano seguinte.

CARREIRA NO AMÉRICA

Em 1997, Pintado foi anunciado como uma das principais contratações do América para a disputa da Série B. Naquele ano, o Coelho montou uma poderosa equipe rumo a Primeira Divisão, beneficiado pela parceria com o banco BMF, o maior patrocínio da história-recente do clube. O volante foi uma das contratações certeiras feita pelo América e seu parceiro financeiro.

Pintado rapidamente conquistou a torcida americana e ganhou fama pela extrema dedicação e comprometimento com o clube dentro e fora de campo. Pouco a pouco, o volante que não fugia de uma dividida se tornou em um verdadeiro comandante americano durante a conquista do Campeonato Brasileiro da Série B de 1997, o primeiro título nacional da história do América. Pintado Orientava os mais jovens, cobrava dos mais experientes e chamava a responsabilidade sempre que preciso, sem nunca fugir da pressão tão comum no futebol.

Pintado

Pintado foi um dos grandes líderes do título brasileiro de 1997. (FOTO: Reprodução – Acervo Mário Monteiro)

No entanto, após desacordos com a nova comissão técnica americana de 1998, que substituiu o identificado treinador Givanildo Oliveira, Pintado deu breve despedida em 1998, para atuar por grandes clubes do Brasil como Flamengo, mas logo deu fim às saudades em 2000.

Durante o retorno, o volante voltou a demonstrar as características de liderança que marcou sua primeira passagem pelo clube e, como recompensa, recebeu a braçadeira de capitão do time americano campeão da Copa Sul-Minas de 2000, mesmo em concorrência com outros notáveis líderes americanos, como Milagres, Dênis e Wellington Paulo. Ao lado do craque Palhinha, com quem havia atuado nos tempos de São Paulo, o volante Pintado foi um estandarte de experiência durante o importante título regional americano, e até chegou a marcar o gol que garantiu a vitória por 1×0 sobre o Cruzeiro, durante o primeiro jogo da final.

Palhinha e Pintado

Palhinha e Pintado foram o estardante de experiência do América durante o título da Copa Sul-Minas 2000. (FOTO: Reprodução – Acervo Mário Monteiro)

O ADEUS

Depois pendurar as chuteiras em 2002, Pintado tentou a sorte como treinador. O antigo ídolo foi contratado pelo América em 2004, como alternativa para evitar um iminente rebaixamento para a Terceira Divisão, mas repatriar o ídolo não foi suficiente. Aos prantos, o antigo volante ainda teve a humildade de desculpar-se perante a torcida da qual ainda é ídolo.  Campeão como jogador e rebaixado como treinador, Pintado tinha crédito para ser um dos poucos poupados das críticas.

Seja como for, pela dedicação que vestiu a causa americana e por toda liderança que agregou a instituição, Pintado certamente foi um dos nomes fortes da história do América durante a vitoriosa década de 90 e um dos principais ídolos da torcida alviverde durante a vencedora “Era Independência”.

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Pintado ainda foi treinador do América em 2004, mas sem o mesmo sucesso dos tempos de jogador.

 

Celso

CELSO GOL

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(Foto: Reprodução – Super Esportes)

O eterno xodó americano Celso está marcado como “o artilheiro dos gols importantes” do Coelho na década de 1990: Conhecido pelos gols em clássicos e responsável por anotar o gol que garantiu o histórico empate americano sobre o Milan-ITA (1×1, Copa Centenário de BH de 1996), o jogador se consagrou definitivamente na história do Coelho em 1997, após anotar o tento que consagrou o América campeão nacional pela primeira vez.

Revelado nas categorias de base do Vasco da Gama, o artilheiro chegou ao América pelas mãos do técnico Gaúcho, que deixou a equipe juvenil cruz-maltina para treinar os profissionais do América em 1994. Na época, o Coelho estava sem divisão nacional, depois de ser excluído das competições promovidas pela CBF, após mover processo contra a entidade na Justiça Comum.

Apesar das dificuldades, o clube aproveitou o período para se renovar. Celso, que chegou contundido, foi uma das apostas certeiras da diretoria durante os anos de ostracismo em nível nacional. Pouco a pouco, o atacante se recuperou junto ao Coelho e ganhou a torcida por sua entrega, vontade e oportunismo para balançar as redes, além dos sucessivos gols em clássicos contra Atlético e Cruzeiro. Não importasse a fase do jogador, seu desempenho contra os principais rivais locais era sempre decisivo.

Celso

Celso em ação contra o atleticano Tafarell. Não importasse a fase do jogador, seu desempenho em clássicos era sempre decisivo. (Foto – Reprodução: Acervo Mário Monteiro)

Mas foi mesmo em 1997 que Celso atingiu sua consagração definitiva com a camisa americana. Primeiro, durante a Copa Centenário de Belo Horizonte, quando marcou um belo gol de fora da área, responsável por definir o empate do América contra o poderoso Milan, em pleno Independência (1×1). A boa fase continuou durante o Campeonato Brasileiro da Série B: Membro frequente do segundo melhor ataque da edição, com 34 gols, o artilheiro se consagrou de vez na história americana com o gol que valeu o primeiro título nacional da história do clube, durante partida contra o Villa Nova (1×0), após uma precisa cobrança de falta. Um gol merecido para consagrar a carreira de um ídolo que defendeu o América com vigor nos bons e maus momentos. Ao todo, Celso disputou 14 partidas e marcou 5 gols durante a conquista nacional mineiro-americana.

Depois de mais de 5 anos de América, Celso deixou o clube em 1999. O jogador ainda acumulou passagens por clubes de Portugal e Arábia Saudita, antes de encerrar a carreira pelo Avaí-SC.

Atualmente, o ex-atacante é diretor das categorias de base do América, revivendo o forte vínculo que teve com o clube durante a década de 90. Em recente entrevista concedida ao site Superesportes, o atacante avaliou a evolução americana desde quando chegou em 1994: “Desde a época que eu cheguei, é de zero a mil. Poderia ficar a tarde toda falando de infraestrutura. Hoje, não deixa a desejar a nenhum outro clube brasileiro.”.

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O artilheiro Celso marcou o gol do primeiro título nacional da história do América em 1997, durante a vitória por 1×0 sobre o Villa Nova-GO. (Foto: Reprodução – Super Esportes)

Tupãzinho

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(Foto: SuperEsportes)

O “Filho Deus do Trovão”, segundo a mitologia tupi-guarani, o “Talismã da Fiel” segundo os corintianos e o “Pé de Coelho”, que garantiu uma estrela na camisa, segundo os americanos. Este foi Tupãzinho.

Decisivo para o primeiro título brasileiro da história do Corinthians em 1990, com o gol que valeu a taça, o iluminado jogador também foi crucial para o primeiro título nacional da história do América, quando foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro da Série B de 1997 com 13 gols. Ou seja: Tupãzinho influenciou diretamente no primeiro título nacional de clubes centenários que se situam entre os mais tradicionais de seus respectivos Estados – uma glória para poucos, muito poucos.

Depois de conquistar 5 títulos e a idolatria total da torcida corintiana durante os 6 anos que esteve no Parque São Jorge, Tupãzinho foi contratado pelo América em 1997. Ao lado de Boiadeiro, Pintado, Ronaldo Luís e Dinho, o jogador foi mais uma das contratações de impacto feitas pelo América em parceria com o banco BMF “Excel Econômico”, o maior patrocínio da história do clube até então. A princípio, o artilheiro veio por empréstimo de um ano, que posteriormente se estendeu para dois com a promoção do Coelho para a Série A.

Tupãzinho não demorou em demostrar a estrela e oportunismo que lhe garantiu tanto sucesso na capital paulista e logo se tornou referência do histórico time americano de 1997, campeão brasileiro sem sofrer gols e com aproveitamento de mais de 90% no estádio do Independência (10 vitórias em 11 jogos). Tupãzinho marcou 13 gols durante a campanha e se consagrou como o primeiro jogador da história do América a ser artilheiro de um torneio nacional.

O camisa 10 permaneceu como um dos grandes ídolos do clube em 1998, durante a disputa do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Tupãzinho chegou a marcar um gol de pênalti contra sua ex-equipe na competição, durante a derrota por 3×1 do Coelho no Pacaembu. No entanto, já sem o identificado treinador Givanildo Oliveira, o brilho daquela equipe não era o mesmo e Tupãzinho não conseguiu evitar o rebaixamento americano. Mas nada que fosse suficiente para arranhar o status de ídolo que o meia conquistou no Independência depois de tantos gols e boas atuações, sempre com muita dedicação e alegria para defender o clube.

Com o fim do empréstimo de Tupã pelo Corinthians e a contratação do jogador pelo Fluminense, Tupãzinho se despediu do América em 1999. O jogador ainda teve alguns momentos de destaque pelo Tricolor carioca antes de pendurar as chuteiras em 2002. Atualmente, o carismático e iluminado goleador é considerado um dos principais ídolos históricos de América e Corinthians.

Alessandro

(Foto: Paulo Fonseca)

Se o atacante Celso ficou marcado para a torcida americana como o artilheiro dos gols decisivos na década de 90, Alessandro foi quem herdou esse posto nos anos 2000, ao marcar alguns dos gols mais decisivos do Coelho no novo milênio até então: O jogador não apenas fez o gol do último título mineiro da equipe em 2001, como também anotou os primeiros gols do América no novo Independência, além de ser o principal personagem da vitória do América sobre o Cruzeiro nas semifinais do Estadual de 2012, responsável por garantir o clube na final da competição após 11 anos de ausência, em pleno centenário.

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(Foto: SuperEsportes)

O artilheiro começou sua carreira nas categorias de base do América e tinha apenas 19 anos quando marcou o histórico gol do título de 2001. Depois de vencer o primeiro jogo de goleada (4×1), o Coelho quase colocou tudo a perder ao permitir que o Atlético abrisse 3×0 no placar durante a segunda partida. Mas eis que o então jovem Alessandro saiu do banco de reservas para marcar o gol que imortalizou sua carreira no clube desde então: O jogador recebeu passe na grande área e precisou de apenas mais dois toques para marcar um dos gols mais celebrados da história do América. Alessandro ainda colocou a mão na orelha e pediu o silêncio da massa atleticana após balançar as redes, em uma cena considerada épica para os torcedores.

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(Créditos da Foto: Marinho Monteiro)

O gol do título americano deslanchou a carreira do jogador, que foi contratado pelo Cruzeiro pouco depois. Na equipe rival, Alessandro foi campeão e artilheiro do supercampeonato mineiro de 2002. Na sequência, ainda defendeu o Fluminense em 2004, o Flamengo entre 2005 e 2006 e o Vasco em 2007.

Mas foi mesmo no Ipatinga que Alessandro voltou a se destacar. O time do Vale do Aço roubou a cena no início dos anos 2000, quando foi campeão mineiro em 2005, chegou às semifinais da Copa do Brasil em 2006 e à elite do futebol brasileiro em 2007. E tudo isso muito graças aos gols de Alessandro, que foi duas vezes artilheiro do Campeonato Brasileiro da Série B pela equipe nessa época, em 2007, com 25 gols, e em 2010, com 21.

Depois do bom momento pelo Ipatinga, o jogador ainda teve uma breve passagem pelo Atlético antes de satisfazer seu antigo desejo de retornar ao América em 2010. Ainda com grande identificação com a torcida, Alessandro não demorou em se firmar como titular da equipe que garantiu o acesso para a Série A depois de 11 anos, sendo o vice-artilheiro do Coelho na competição, atrás apenas de Fábio Júnior. No ano seguinte, foi o artilheiro do América no Campeonato Brasileiro da Série A de 2011 e chegou a brigar pela artilharia do torneio durante as primeiras rodadas, mas saiu do páreo prejudicado por uma contusão. Oportunista, finalizador e ainda lembrado com carinho pelo gol do título em 2001, Alessandro pouco a pouco foi se firmando como um dos maiores ídolos do Coelho nos anos 2000.

Mas a consagração definitiva do artilheiro viria em 2012, ano do centenário do clube, quando Alessandro não apenas foi o grande herói da classificação americana para as finais do Campeonato Mineiro depois de 11 anos, com 3 gols em 2 jogos contra o Cruzeiro, como também marcou os primeiros gols do América e de um brasileiro no novo Independência.

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(Foto: Renato Cobucci)

Durante as semifinais, o artilheiro conquistou de vez a torcida americana ao repetir o gesto que marcou o último título estadual do clube em 2001 e pedir o silêncio da torcida rival logo após balançar as redes. A atitude foi publicamente criticada pelos principais jogadores do Cruzeiro na semana que antecedeu a segunda a partida, como o goleiro Fábio e o meia Roger, mas não teve jeito: O artilheiro voltou a marcar e pedir o silêncio da torcida rival na segunda semifinal e até o goleiro e o meia reconheceram a superioridade do América de Alessandro no final, que se classificou para a decisão após duas vitórias históricas contra seu rival (3×2 e 2×0).

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(Foto: Marcos Michelin)

Pouco depois, o artilheiro provou que estava mesmo iluminado ao marcar os 2 primeiros gols do América e de um brasileiro no novo Independência, responsáveis por garantir a vitória americana de virada por 2×1 na partida de reinauguração do antigo estádio contra o Argentinos Juniors.  Era o suficiente para o jogador se imortalizar como ídolo do clube, apesar do América ter perdido a final contra o Atlético na sequência. O jogador ainda faria boas partidas durante a Série B de 2012, enquanto o Coelho brigava pela liderança da competição, mas uma nova contusão abreviou a boa fase.

Em 2013, Alessandro foi preterido por outros times da Série B – como a Ponte Preta, que chegou a anunciar estar muito próxima do acerto com o atacante – mas permaneceu até o fim do ano, mesmo que ainda “lutando” um pouco contra o departamento médico.  No fim, foi contratado pelo Kyoto Sanga, do Japão, onde jogou em 2014, mesmo ano em que teve uma curta passagem pelo Bahia.

Flávio Lopes

FLÁVIO LOPES

Flávio Lopes possui forte ligação com o Coelho, vitoriosa como jogador ou treinador. O antigo meia está marcado não apenas como o camisa 10 do título mineiro de 1993 – que marcou o fim do jejum de 23 anos sem a conquista estadual – como também foi o treinador da histórica conquista da Copa Sul-Minas de 2000, considerado pelo próprio o título mais importante da historia do clube.

No total, Flávio Lopes soma quase 15 anos de América: Atuou oito temporadas como jogador (de 1988 a 1995), além de dirigir a equipe como treinador em outras 6 oportunidades (1999-2000, 2001, 2005, 2007). Em 2014, ainda assumiu como diretor de futebol americano.

ORIGENS

Revelado pelo Valério, Flávio Lopes foi comprado pelo América em 1988, após bom desempenho no estadual pela equipe do interior. Desde então, e até 1995, o Coelho teria um jogador de confiança para a armação de jogadas.

Em 1990, ao lado de jogadores como Palhinha, João Leite e Sílvio, Flávio Lopes foi peça importante durante a primeira final nacional da história do clube, quando o América foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão. Já em 1992, o meia foi novamente vice-campeão, dessa vez do estadual, sendo um dos principais destaques da campanha americana que encerrou a hegemonia de finais entre Atlético e Cruzeiro que pairava desde 1973.

Flávio Lopes quase foi contratado pelo Cruzeiro após o bom desempenho na competição, mas a transferência foi interrompida por uma lesão do jogador. Nessa história, quem se deu bem foi o Coelho: Disposto a mostrar serviço, o camisa 10 permaneceu no Horto e reagiu da contusão com a melhor fase de sua carreira. Na mesma temporada, o Coelho voltou a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, anunciando a chegada dos novos tempos.

CONSAGRAÇÃO

Em 1993, Flávio Lopes consagrou de vez sua passagem pelo América, sendo um dos principais jogadores da equipe que voltou a conquistar o estadual depois de 23 anos. Grande maestro do meio-campo, Flávio foi o principal articulador da equipe e também marcou gols decisivos.

O meia prolongou a boa fase durante o Brasileirão da Série A, quando o Coelho terminou à meio da tabela após a melhor campanha desde 73. No entanto, o América foi rebaixado para a Segunda Divisão segundo critérios técnicos, já que as equipes de maior torcida no país estavam imunes ao descenso naquele ano. O clube entrou com um recurso na Justiça Comum, e a entidade máxima do futebol brasileiro baniu o América de competições nacionais.

Apesar do destaque no estadual de 1993, o jogador permaneceu no Horto após o clube ser banido das competições nacionais promovidas pela CBF. O Coelho deve muito a antigos ídolos como Milagres, Luiz Carlos e o próprio Flávio Lopes, que permaneceram na equipe mesmo sem divisão nacional. Graças a eles, o América conseguiu ser mais uma vez vice-campeão estadual nesse período (95), mesmo sem estar disputando campeonatos brasileiros.

Flávio Lopes ainda participou da volta do clube ao cenário nacional em 1996, quando o América encerrou os atritos com a CBF e retornou para à Série B do Brasileirão. Na mesma temporada, o meia despediu-se do clube após mais de sete anos de casa. O jogador ainda teve passagem por alguns clubes do interior mineiro, antes de pendurar as chuteiras em 1999.

Mas a história de Flávio Lopes no América ainda teriam novos capítulos. Por seis oportunidades, o ex-jogador serviu como treinador da equipe, algumas com mais sucesso, outras com menos. Seu melhor momento foi em 2000, quando o antigo ídolo liderou a equipe campeã da Copa Sul-Minas sobre o Cruzeiro. Uma grande façanha, para quem também tinha conquistado um título importante como jogador. Em 2005, Flávio Lopes ainda teve tempo para comemorar seu terceiro troféu pelo América, quando comandou o título da Taça Minas Gerais. Em 2014, o ex-camisa 10 pendurou o boné para assumir como o novo diretor de futebol do Coelho, completando uma vida de dedicação ao time do Horto.

Boiadeiro

BOIADEIRO (Marco Antônio Boiadeiro)

Marco Antônio Boiadeiro foi um meio-campo de sucesso do futebol brasileiro durante a década de 1980 e 90: Além de acumular passagens pela Seleção Brasileira, o meia também foi ídolo e campeão de títulos nacionais por América, Vasco da Gama e Cruzeiro.

ORIGENS

Criado em uma fazenda do interior paulista, Marco Antônio recebeu o apelido de “Boiadeiro” em razão de sua intimidade com a vida no campo. Desde então até os dias de maiores glórias, o jogador não deixou de lado sua origem e identidade, fazendo do “estilo caipira” uma marca registrada.

Boiadeiro começou a carreira no Botafogo-SP, onde surgiu como mais uma das grandes revelações da equipe de Ribeirão Preto durante a década de 80. Em 1986, o meia foi contratado pelo Guarani, onde chegou a ser vice-campeão brasileiro, depois de histórica final contra o São Paulo, decidida apenas nos pênaltis, após empate por 3×3 com direito a prorrogação. Boiadeiro marcou um dos gols do Bugre na decisão, e ficou marcado como uma das principais revelações da grande campanha campineira.

Depois de brilhar no Guarani, o meia foi contratado pelo Vasco da Gama em 1988. Um ano depois, Boiadeiro alcançaria sua “vingança pessoal” contra o São Paulo pelo título perdido em 86, sendo titular e peça fundamental da equipe cruz-maltina que foi campeã brasileira em cima dos paulistas em pleno Morumbi (1×0). Em 1991, assinou com o Cruzeiro e deu sequência à boa fase, sendo um dos destaques do título celeste da Copa do Brasil de 1993, o que lhe rendeu uma convocação para a Copa América do mesmo ano. No entanto, a passagem de Boiadeiro na Seleção ficou marcada pela cobrança de pênalti que selou a eliminação do Brasil, durante a derrota para a Argentina nas quartas de final (6×5).

CARREIRA NO AMÉRICA

Depois de rápidas passagens por clubes como Flamengo e Corinthians, Boiadeiro foi contratado pelo América em 1997, sendo uma das principais contratações do Coelho em parceria com o banco BMF, o maior patrocínio da história recente do clube.

O craque conquistou a vaga de titular em pouco tempo e logo voltou a brilhar na cidade que lhe guardou tantas glórias. Conhecido por dominar as qualidades raras de um armador, o meio-campo de muita visão e qualidade técnica provou que tinha o necessário para superar a identificação com o Cruzeiro e tornar-se um dos ídolos da histórica escalação americana de 1997.

Já no Campeonato Mineiro, Boiadeiro conquistou os americanos ao mostrar um sinal “de banana” para a torcida do Cruzeiro durante as semifinais. Depois de ser provocado durante todo jogo, Boiadeiro perdeu a paciência ao ser expulso na reta final da segunda partida, e ser “ovacionado” pelos cruzeirenses, que cantaram: “Boiadeiro, Boiadeiro, faz um gol pra torcida do Cruzeiro!”. O América perdeu ambas as partidas por 3×2, em um confronto de arbitragem controversa por parte de Luiz Carlos Wright, mas ganhou um ídolo.

Boiadeiro se firmou definitivamente na equipe americana após o Estadual e conquistou o terceiro título nacional de sua carreira durante o título do Campeonato Brasileiro da Série B de 97. O jogador foi o capitão do primeiro título brasileiro do América e participou de 16 dos 18 jogos da campanha, além de marcar 4 gols.

Depois da polêmica mudança no comando técnico americano em 1998, quando o identificado Givanildo de Oliveira deixou o clube para a entrada de Hélio dos Anjos, Boiadeiro foi um dos jogadores que perdeu espaço no elenco com a chegada do novo treinador.

Ao lado de outros ídolos americanos como Pintado, o jogador foi sacado da equipe titular e vendido ao Atlético, mas não brilhou pelo clube rival. Alguns torcedores ficaram decepcionados com a opção do jogador, que saiu alegando perseguição da comissão técnica. Seja como for, Boiadeiro teve o prazer, ou o desprazer, de completar a “trinca mineira” pouco antes de se aposentar em 2002.

Pedro Omar

PEDRO OMAR

Pedro Omar é o quarto jogador com mais partidas na história do América, com X partidas, e o único jogador da história do clube que venceu o prêmio “Bola de Prata” da revista Placar, que elege os 11 melhores jogadores do Campeonato Brasileiro da Série A desde 1971.

Revelado pelo Fluminense, o antigo volante chegou no América em 1965 e ficou no clube até 1973, tendo atuado a serviço do clube durante oito temporadas consecutivas. Pelo América, Pedro Omar foi campeão mineiro invicto em 1971, duas vezes vice-campeão estadual (65 e 73), além de participar da melhor campanha do América na história do Campeonato Brasileiro, em 1973.

Conhecido pela potência do chute e pela qualidade na marcação aliada a elegância na saída de jogo, Pedro Omar foi um dos grandes ídolos americanos de sua época, também pela fidelidade. A idolatria da torcida pelo jogador é tamanha que seu rosto estampa uma bandeira da Torcida Organizada Seita Verde, estendida em praticamente todos os jogos do América no Independência.

O jogador só deixou o América em 74, após ser valorizado com a boa campanha no Campeonato Brasileiro, que lhe rendeu o prêmio Bola de Prata da Revista Placar como o melhor volante da competição. Ao lado de outros três americanos (Juca Show, Neneca e Orlando Fantoni), Pedro Omar foi contratado pelo Náutico, onde foi campeão estadual de 74 e também se tornou um ídolo histórico do time de Pernambuco.

Neneca I

Neneca I

Apesar de nunca ter atuado pelos clubes de maior torcida do país, Neneca foi um dos goleiros de maior prestígio no Brasil durante a década de 1970, inclusive com passagem pela Seleção Nacional.

Ídolo histórico de América, Náutico e Guarani, o jogador nascido em Londrina começou sua carreira pelo Portuguesa Londrinense, campeão paranaense de 1968, e pelo São Paulo de Londrina – ambos clubes extintos que foram o embrião do atual Londrina E.C.

Neneca foi contratado pelo América no início da década de 70 e logo conseguiu destaque nacional. Em 1973, o goleiro brilhou ao lado de Juca Show e Pedro Omar durante a melhor campanha do Coelho na história do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. O América só não foi mais longe naquele ano porque demitiu o famoso Orlando Fantoni no meio da competição, após pedido de aumento salarial do treinador.

Neneca fez belas partidas pelo América em 1973. Um dos momentos mais marcantes do goleiro foi durante a vitória por 1×0 sobre o Botafogo: Mesmo tendo recebido a notícia do falecimento do pai no início do dia, Neneca fez questão de ir a campo e só viajou para Londrina para comparecer no funeral momentos depois da complicada vitória do América. O goleiro teve uma atuação impecável nessa partida, defendeu com êxito a meta americana do bombardeio botafoguense, foi eleito o melhor em campo e se consagrou ainda mais como ídolo do Coelho.

No entanto, em 1974, assim como outros americanos valorizados como Juca Show e Pedro Omar, Neneca seguiu Fantoni rumo ao Náutico. Todos os antigo americanos se saíram bem no Recife e foram campeões estaduais de 1974, mas Neneca chamou particular atenção: o goleiro quebrou um recorde mundial de minutos sem sofrer gols, ao permanecer 18 partidas e 1.726 minutos sem ser vazado pelo Timbu.

O sucesso também chamou a atenção do Guarani, onde o arqueiro atingiu a consagração definitiva com a conquista do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão de 78. Neneca foi titular durante toda campanha e um dos principais nomes do surpreendente título nacional da equipe campineira. Como recompensa, chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira do período.

No dia 25 de janeiro de 2015, o anúncio do falecimento de Neneca, vítima de um miolema múltiplo, deixou americanos, pernambucanos, campineiros e londrinenses de luto. O adeus do goleiro foi extremamente repercutido e noticiado pela imprensa esportiva nacional. Atualmente, Neneca é considerado um dos melhores goleiros da história de América, Guarani e Náutico.

Evanílson

EVANÍLSON

O lateral-direito Evanílson pode ser considerado a principal revelação do América na posição durante nos anos 90, já que Ronaldo Luís, seu maior concorrente a tal posto, foi revelado na década anterior. O jogador teve uma carreira vitoriosa, sobretudo pelo Coelho, onde foi campeão da Copa SP de Juniores em 96, e do Campeonato Brasileiro da Série B de 1997, o primeiro título nacional do Coelho. Além disso, em 2009, Evanílson retornou ao clube mais de dez anos depois de sua primeira passagem, com a experiência necessária para assegurar a titularidade em novo título brasileiro do América, dessa vez a Série C de 2009. Ao lado do zagueiro Wellington Paulo e do meio-campo Irênio, o lateral Evanílson é um dos três jogadores a participar dos dois títulos nacionais da história do América.

Evanílson ficou conhecido no futebol brasileiro depois de defender a Seleção Brasileira na Copa América de 1999. O jogador foi a principal aposta de Vanderlei Luxemburgo para a posição, o que rendeu muitas críticas ao treinador. No entanto, o lateral não decepcionou, teve boas atuações durante a partida de estreia, contra X, e durante o clássico sul-americano contra a Argentina. Evanílson chegou a disputar 13 partidas com a Seleção apenas na temporada de 1999 e logo passou a ser visto como substituto natural de Cafú na Seleção Brasileira, o que não se confirmou.

Apesar de não ter dado sequência à sua carreira na Seleção, Evanílson também ganhou destaque por sua carreira internacional no futebol alemão, ajudando a combater o racismo no país durante os quase 7 anos que defendeu o Borussia Dortmund, ao lado de outros brasileiros de origem afro-descendente como Amoroso e Dedé. O jogador foi titular das campanhas que renderam o título do Campeonato Alemão e o vice-campeonato da Copa da Uefa ao Borussia durante a temporada 2001-02.

O antigo lateral de confiança de Vanderlei Luxemburgo também atuou por Cruzeiro, onde foi campeão da Copa Sul-Minas e do Campeonato Mineiro, e pelo Atlético-MG, por quem disputou apenas 9 partidas. Já aposentado, Evanílson atualmente declara fidelidade ao América, apesar de admitir torcida para o rival alvinegro durante a infância:

“Quando eu era novo, meus irmãos me levavam muito ao Mineirão, eram atleticanos e eu tinha uma identificação muito grande com o clube. Mas hoje já é diferente. Fui para o América, que me deu uma grande projeção e, hoje, o carinho é com o América mesmo.” – revelou Evanílson durante entrevista ao diário esportivo “Super Esportes”.

Dirceu Alves

América anos 60

América, anos 60. Dirceu Alves é o quarto de pé da esquerda para a direita. (Foto: Terceiro Tempo)


Dirceu Alves
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Revelado pelo América em 1962 em meio a uma geração de craques como Amaury Horta, Dario Alegria e Jair Bala,  o meio-campo Dirceu Alves ficou famoso por ser o principal parceiro de Rivellino no meio-campo do Corinthians da década de 60. Apesar do talento reconhecido, Dirceu Alves não conquistou nenhum título pelo clube paulista, que chegou a amargar 23 anos sem conquistas.

Vice-campeão estadual com o Coelho em 64-65 e com o Corinthians em 66 e 68, o craque demorou para conquistar o primeiro título de sua carreira, sendo campeão pela primeira vez já como veterano, depois de quase dez anos como boleiro profissional, ao ser campeão mineiro invicto durante seu brilhante retorno ao América em 1971.

Luiz Carlos Marins

Luiz Carlos Marins

Autor de 273 partidas pelo América entre 1989 e 1995, o zagueiro Luiz Carlos Marins é o oitavo jogador com mais partidas pelo América na história.

O jogador começou sua carreira no América em 1989 e não teve dificuldades para conquistar a titularidade. Marcado pela segurança e voluntariedade, o zagueiro era conhecido por transmitir seriedade à defesa americana. Em 1990, foi titular durante a primeira final nacional da história do América, o vice-campeonato da Terceira Divisão Brasileira e, dois anos depois, em 1992, ajudou o clube a voltar a Série A do Brasileirão e a final do estadual.

No entanto, o principal momento do defensor pelo clube foi em 1993, quando Luiz Carlos Marins foi titular absoluto do time americano que venceu o Campeonato Mineiro após 23 anos. Ao lado do futuro atleticano Lelei e do ídolo Milagres, Marins foi uma das principais referências defensivas daquela equipe que chegou a acumular 400 minutos sem sofrer gols durante a competição.

Mas muito além do bom desempenho, o zagueiro também é lembrado pela fidelidade dedicada ao manto americano, sendo um dos ídolos que permaneceu no clube mesmo com o banimento do América de competições nacionais após o processo movido contra a CBF em 1993. Mesmo sem divisão nacional, o Coelho ainda conseguiu ser vice-campeão mineiro em 1995 e atingir as semifinais em 1994, muito graças à permanência de alguns antigos remanescentes do título estadual de 93 como Luiz Carlos Marins.

Com mais de 250 partidas disputadas, o reconhecimento é recíproco. O zagueiro hesita em colocar o América na posição de clube mais importante que jogou. Depois que abandonou os gramados, o ídolo americano voltou a se dedicar à construção civil, função que exercia antes de ser jogador, já que não acumulou passagens por categorias de base antes de ser tornar profissional. Luiz Carlos Marins é tio do atacante André, que se destacou pelo Santos em 2010 e defendeu o Atlético-MG entre 2011 e 2015.

Sílvio

SÍLVIO (Sílvio Bernardes Filho)

silvio seleção mineira

O atacante Sílvio foi um dos principais xodós da torcida do América durante o final da década de 80 e início da década de 90. Artilheiro do Campeonato Mineiro de 1990, o camisa 9 chegou a marcar mais que 50 gols com a camisa alviverde. No total, teve duas passagens pelo clube, onde se aposentou precocemente em 1996, prejudicado por seguidas lesões.

CARREIRA

Sílvio começou a carreira pelo Uberaba SC, time de sua cidade natal. Com pouco menos de 20 anos, foi vice-artilheiro do Campeonato Mineiro de 1988, com 12 gols. Durante o período, também foi convocado para a Seleção Mineira sub-20. O sucesso pelo Uberaba chamou a atenção de grandes clubes, entre eles o Palmeiras, que o contratou por empréstimo. O atacante jogou cerca de 20 partidas com a equipe alviverde, mas sua carreira no Palestra Itália foi atrapalhada por uma grave contusão no joelho que ameaçou seus dias como jogador de futebol.

Formado em odontologia, por pouco o craque não abandonou a carreira de atleta para seguir como dentista. Com um perfil diferenciado em relação ao padrão típico do jogador, o mineiro apostou na força mental para sua recuperação quando esteve emprestado ao modesto Rio Branco de Andradas.

PELO AMÉRICA

Foi quando o Coelho apareceu na vida do artilheiro e o artilheiro na vida do Coelho. Confiante no talento do jovem jogador, o América concedeu a Sílvio um voto de confiança que custou 300 mil cruzeiros pagos diretamente ao Uberaba.

Marcado pela velocidade e um faro de gol impressionante, a aposta americana funcionou e logo despontou como o artilheiro do Campeonato Mineiro daquele ano, com 20 gols. Só no clássico contra o Villa-Nova, o atacante marcou 4 gols, no dia de estreia do belo uniforme do Coelho inspirado no uniforme da Seleção alemã na Copa de 1990. Confira abaixo:

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Além disso, Sílvio também contribuiu diretamente no processo que trouxe o clube de volta ao cenário nacional, quando foi um dos principais jogadores da campanha que levou o América ao vice-campeonato do Nacional da Terceira Divisão (dois anos depois, o Coelho estava de volta a Série A do Brasileirão).

Em uma parceria de sucesso com o recém-revelado Palhinha, Sílvio foi o artilheiro do Coelho na temporada e um dos principais goleadores do Brasil no ano em número de gols marcados. Como premiação, foi escalado para a Seleção Mineira organizada pelo jornal “O Estado de Minas”, tido como um dos melhores jogadores da temporada, ao lado de outros três americanos: o goleiro João Leite (um dos principais goleiros brasileiros durante a década de 80), o lateral-esquerdo Ronaldo Luís (revelado pelo Coelho e campeão mundial com o São Paulo em 1992) e o atacante Palhinha (eleito o craque do ano).

Silvio artilheiro

TRANSFERÊNCIA AO JAPÃO

O sucesso do atacante não passou despercebido e chamou a atenção do Verdy Kawazaki, time japonês que fez oferta irrecusável para tirar do América um de seus principais jogadores.

O RETORNO

Após 2 anos na terra do sol nascente, a saudades do Horto bateu e Sílvio retornou ao Coelho. Porém, o regresso do ídolo americano foi prejudicado por uma nova e grave lesão no joelho, que o tirou dos gramados por mais de 1 ano. Após longa recuperação, novas lesões seguiram prejudicando a carreira do jogador, que não pode dar sequência a sua bela carreira no América. Com apenas 29 anos, aposentou-se em 1996.

Atualmente, exerce carreira de dentista em sua cidade natal.

RECORDES

RECORDES

MUNDIAIS:

– Recorde mundial de títulos consecutivos. Primeiro clube do esporte mundial a conquistar a mesma competição dez vezes consecutivas.
(Deca-campeão estadual mineiro entre 1916 e 1925)

NACIONAIS:

– Recorde nacional de títulos consecutivos.
(Deca-campeão estadual mineiro entre 1916 e 1925)

– Primeiro clube do Brasil fundado por um afrodescendente.
(Geraldino de Carvalho, 1912)

– Primeiro clube do Brasil que contou com um jogador campeão mundial por seleções em seu plantel.
(1956, Gambetta: campeão da Copa do Mundo de 1950 pela Seleção do Uruguai)

– Gol mais rápido da história do Futebol Brasileiro.
(Fred, 3,17 segundos; Copa São Paulo de Futebol Júnior: América 1×5 Vila Nova)

– Primeiro gol de goleiro da história do futebol brasileiro.

ESTADUAIS:

– Único clube de Belo-Horizonte fundado por brasileiros.

– Único clube de Belo Horizonte fundado pelos primeiros moradores nascidos na capital e que nunca foi extinto.

– Único clube de Belo Horizonte que nunca alterou seu nome oficial.

– Único clube da capital mineira que possui estádio próprio.

– Único clube que disputou todos os Campeonatos Mineiros de Futebol Profissional até o ano de 2007.

– Recorde de vitórias consecutivas no Campeonato Mineiro.

– Primeiro clube do Estado a enviar um atleta às Olimpíadas.
(Juvenal dos Santos – Atletismo/ Olimpíadas de 1937 – Alemanha)

– Campeão da primeira final da história do Campeonato Mineiro.
(1921: América 2×1 Palestra Itália)

– Dono da primeira Praça Esportiva (1916) e do primeiro estádio gramado de Minas Gerais (Estádio do Prado Mineiro – 1915-1929)

– Recorde de gols de um clube mineiro em uma temporada.
 (215 gols marcados no ano de 1960)

– Recorde individual de gols em uma partida do Campeonato Mineiro.
(Satyro Taboada, 9 gols – América 14×0 Palmeiras, 29/07/1928)

– Primeiro clube mineiro campeão brasileiro da Série A sub-20 (2011)

– Clube que promoveu as primeiras partidas oficiais de basquete e hóquei no Estado de Minas Gerais.

– O único dos campeões mineiros em atividade que não possui um título estadual “dividido”.
(1932: Atlético/Villa Nova; 1956: Atlético/Cruzeiro;)

– Clube de maior torcida em Minas Gerais até 1930
(Taça Líder, jornal “A Folha da Noite” – década de 30)

RECORDES DO CLUBE:

Recorde de gols pelo América:

1º: Satyro Taboada (1922-1935; 1941): 250 gols
*(Partidas oficiais: 173 jogos, 178 gols)
2º: Gunga (1956-57; 1958-61): 109 gols
(109 gols em 153 jogos)
3º: Petrônio (1948-1954): 104 gols

Recorde de partidas pelo América:
1º: Milagres (goleiro, 1990-2001): 361 partidas
2º: Gaia (zagueiro, 1945-1958): 356 partidas
3º: Tonho (goleiro, 1947-58): 325 partidas

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