GILBERTO SILVA

Denis e Gilberto Silva

Nome completo: Gilberto Aparecido da Silva
Data de nascimento:
07/10/1976
Cidade natal: Lagoa da Prata (MG)
Clubes:  América (1997-1999); Atlético-MG (2000-2002; 2013); Arsenal (2002-2009); Panathinaikos (2009-2011); Grêmio (2011-2012);

Gilberto Silva foi o jogador revelado pelo América de maior destaque internacional durante muito tempo. O volante foi titular da Seleção Brasileira durante quase 10 anos, participou de 3 Copas do Mundo, chegou a vestir a braçadeira de capitão da Amarelinha e também foi o primeiro brasileiro da história a conquistar o Campeonato Inglês.

O vitorioso jogador aprendeu muito do que sabe no Coelho, onde foi campeão de títulos nacionais pela equipe juvenil (Copa SP de Futebol Júnior de 96) e profissional (Campeonato Brasileiro da Série B 97).

Gilberto Silva defendeu o América durante 5 anos (1995 e 2000) e acumulou apresentações individuais pelo clube que certamente constam entre as melhores de sua carreira. Na época em que atuava pelo Coelho, Gilberto Silva ainda se destacava pelos gols marcados e não apenas pela eficiência e segurança defensiva. Tanto é que, apesar de ainda atuar como zagueiro, chegou a marcar quase 20 gols no ano de 1999, quando participou da campanha de acesso do Coelho para a Série A e também foi titular da Seleção Mineira de Futebol, que voltou a atividade depois de 8 anos.

No entanto, para os torcedores mais fanáticos, a mútua identificação de Gilberto Silva com América e Atlético arranha um pouco a carreira do jogador pelo clube. Mesmo assim, não anula o fato que o América criou um dos melhores volantes brasileiros de uma geração e que também participou de importantes momentos e títulos da história americana. O grande lamento dos americanos é que o volante optou pelo rival alvinegro durante o retorno ao Brasil. Mesmo assim, Gilberto Silva insiste em declarar o carinho pelo clube sempre que possível, ressaltando os bons momentos que viveu no Independência. O jogador também ajudou financeiramente alguns funcionários do América, como roupeiros e massagistas, mesmo depois de deixar o clube. Seja como for, a qualidade do volante serve como reflexo do excelente desempenho das categorias de base do América durante a década de 1990, multicampeã nas categorias juvenis e uma fábrica de grandes jogadores não apenas em nível nacional.

O INÍCIO

O jogador chegou ao América em 1995. Ainda como juvenil, foi uma das grandes revelações do América durante o título da Copa SP de 1996, principal competição de base no Brasil, ao lado de jogadores como Rinaldo (eleito craque da competição e campeão de cinco títulos a serviço do América), Nakazawa (futuro capitão da Seleção Japonesa) e William (capitão de importantes títulos do Corinthians).

O jogador por pouco não abandonou a carreira após a conquista, com dificuldades financeiras e familiares. De origem muito humilde, chegou a largar o futebol por meses a fim de dedicar-se como operário de uma fábrica, devido aos baixos salários destinados aos juniores da época em todo país, enquanto sua mãe passava por uma doença complicada.

Incentivado por amigos e familiares a tentar nova sorte no futebol, Gilberto Silva foi acolhido de volta pelo América em 1997. No mesmo ano, foi promovido para a equipe profissional. Desde então, tudo começou a mudar na vida do futuro capitão da seleção brasileira. Com apenas 21 anos, Gilberto Silva não decepcionou e fez boas atuações durante a conquista da Série B de 97. Reserva e ainda atuando como zagueiro, o craque fez parte de um memorável setor defensivo que simplesmente não sofreu gols como mandante em jogos do Brasileiro. Em meio a um time talentoso, o jovem zagueiro viveu uma importante experiência que carregaria pelo resto da carreira.

Entre 1998 e 1999, Gilberto Silva conquistou mais espaço no time titular do América e logo foi ganhando fama em Minas por ser um zagueiro de segurança e qualidade técnica. Nessa época, além da estabilidade defensiva, Gilberto também sabia chegar ao ataque com autoridade. Em 1999, o craque viveu sua melhor fase pelo América, quando o então zagueiro chegou a marcar quase 20 gols durante a temporada em que o clube foi vice-campeão estadual e conseguiu o acesso a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Ao lado de outros cinco americanos, Gilberto Silva também foi convocado para a Seleção Mineira após 8 anos sem a convocação das Seleções Estaduais. A serviço do Esquadrão Mineiro, Gilberto Silva teve grande atuação contra a Seleção Paulista durante o dia 11 de outubro e chamou ainda mais a atenção dos grandes clubes do país. O zagueiro-artilheiro pintava como mais uma grande revelação do América na década.

DESPEDIDA

Atraído pelo alto salário oferecido oferecido pelo Atlético-MG, Gilberto Silva, que passou tantas dificuldades financeiras e familiares durante o início de sua carreira, não resistiu a oferta e se transferiu para o rival do América em 2000.

Eis que o treinador Carlos Alberto Parreira, então à serviço do Atlético,  percebeu que a qualidade na saída de bola de Gilberto Silva aliada a segurança defensiva exigia uma mudança de posição para primeiro volante. O treinador campeão do mundo com a Seleção em 94 é tido como o grande responsável pela precisa mudança na posição do jogador. E como volante Gilberto Silva despontou de vez, sendo o principal destaque do Atlético no Campeonato Mineiro de 2001, quando foi vice-campeão justamente para o América, depois de marcar 2 gols na decisão contra seu antigo clube.

Em alta no Atlético, o jogador chegou a seleção Brasileira durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2001, fazendo sua estreia em partida contra o Chile.

SELEÇÃO BRASILEIRA e CONSAGRAÇÃO INTERNACIONAL

A consagração de Gilberto Silva foi a convocação para a Copa do Mundo de 2002, quando o volante foi pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira. O volante foi o segundo jogador revelado pelo América a ser campeão do mundo pela Seleção (o outro foi Tostão) e o quinto jogador criado no Coelho convocado para uma Copa do Mundo (em um total de oito). Com a lesão de Emerson, o jogador atuou em todos os setes jogos da campanha, inclusive na final contra a Alemanha.

Brazil's Ronaldo (l) and Gilberto Silva (r) kiss the World Cup

Após o torneio, Gilberto Silva se transferiu para o Arsenal da Inglaterra e ganhou ainda mais reconhecimento pelo clube inglês, onde foi titular da equipe bi-campeã da Premier League em 2003/2004 e 2004/2005, se transformando no primeiro jogador brasileiro a conquistar a competição. O time de Londres marcou época por ficar uma temporada e meia sem perder na Inglaterra. Um dos momentos marcantes do volante pelo Arsenal foi o gol mais rápido da história do clube no Campeonato Inglês, com apenas 14 segundo de jogo. O jogador também chegou a vestir a braçadeira de capitão do time em algumas oportunidades.

Com o destaque internacional e um penta-campeonato no currículo, Gilberto Silva tornou-se nome costumeiro nas convocações da Seleção Brasileira durante quase uma década. Convocado por Parreira, seu antigo técnico nos tempos de Atlético,  em 2006, e um dos homens de confiança do Dunga em 2010, o jogador completou 3 Copas do Mundo na carreira e chegou a ser o capitão brasileiro durante alguns jogos das eliminatórios durante a Era Dunga.

Sinônimo de humildade e dedicação, nem a identificação com o Atlético foi capaz de tirar o status de ídolo que Gilberto Silva tem com a torcida do Coelho, embora um pouco magoada com sua identificação com o rival, onde se aposentou em 2013, mesmo após ter declarado o desejo de encerrar a carreira no América. Seja como for, o volante é um grande orgulho da base americana e, mais do que apenas uma revelação, um jogador de passagem gloriosa pela equipe, campeão de títulos nacionais tanto pelas categorias de base quanto pela equipe profissional.