FLÁVIO LOPES

Flávio Lopes possui forte ligação com o Coelho, vitoriosa como jogador ou treinador. O antigo meia está marcado não apenas como o camisa 10 do título mineiro de 1993 – que marcou o fim do jejum de 23 anos sem a conquista estadual – como também foi o treinador da histórica conquista da Copa Sul-Minas de 2000, considerado pelo próprio o título mais importante da historia do clube.

No total, Flávio Lopes soma quase 15 anos de América: Atuou oito temporadas como jogador (de 1988 a 1995), além de dirigir a equipe como treinador em outras 6 oportunidades (1999-2000, 2001, 2005, 2007). Em 2014, ainda assumiu como diretor de futebol americano.

ORIGENS

Revelado pelo Valério, Flávio Lopes foi comprado pelo América em 1988, após bom desempenho no estadual pela equipe do interior. Desde então, e até 1995, o Coelho teria um jogador de confiança para a armação de jogadas.

Em 1990, ao lado de jogadores como Palhinha, João Leite e Sílvio, Flávio Lopes foi peça importante durante a primeira final nacional da história do clube, quando o América foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão. Já em 1992, o meia foi novamente vice-campeão, dessa vez do estadual, sendo um dos principais destaques da campanha americana que encerrou a hegemonia de finais entre Atlético e Cruzeiro que pairava desde 1973.

Flávio Lopes quase foi contratado pelo Cruzeiro após o bom desempenho na competição, mas a transferência foi interrompida por uma lesão do jogador. Nessa história, quem se deu bem foi o Coelho: Disposto a mostrar serviço, o camisa 10 permaneceu no Horto e reagiu da contusão com a melhor fase de sua carreira. Na mesma temporada, o Coelho voltou a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, anunciando a chegada dos novos tempos.

CONSAGRAÇÃO

Em 1993, Flávio Lopes consagrou de vez sua passagem pelo América, sendo um dos principais jogadores da equipe que voltou a conquistar o estadual depois de 23 anos. Grande maestro do meio-campo, Flávio foi o principal articulador da equipe e também marcou gols decisivos.

O meia prolongou a boa fase durante o Brasileirão da Série A, quando o Coelho terminou à meio da tabela após a melhor campanha desde 73. No entanto, o América foi rebaixado para a Segunda Divisão segundo critérios técnicos, já que as equipes de maior torcida no país estavam imunes ao descenso naquele ano. O clube entrou com um recurso na Justiça Comum, e a entidade máxima do futebol brasileiro baniu o América de competições nacionais.

Apesar do destaque no estadual de 1993, o jogador permaneceu no Horto após o clube ser banido das competições nacionais promovidas pela CBF. O Coelho deve muito a antigos ídolos como Milagres, Luiz Carlos e o próprio Flávio Lopes, que permaneceram na equipe mesmo sem divisão nacional. Graças a eles, o América conseguiu ser mais uma vez vice-campeão estadual nesse período (95), mesmo sem estar disputando campeonatos brasileiros.

Flávio Lopes ainda participou da volta do clube ao cenário nacional em 1996, quando o América encerrou os atritos com a CBF e retornou para à Série B do Brasileirão. Na mesma temporada, o meia despediu-se do clube após mais de sete anos de casa. O jogador ainda teve passagem por alguns clubes do interior mineiro, antes de pendurar as chuteiras em 1999.

Mas a história de Flávio Lopes no América ainda teriam novos capítulos. Por seis oportunidades, o ex-jogador serviu como treinador da equipe, algumas com mais sucesso, outras com menos. Seu melhor momento foi em 2000, quando o antigo ídolo liderou a equipe campeã da Copa Sul-Minas sobre o Cruzeiro. Uma grande façanha, para quem também tinha conquistado um título importante como jogador. Em 2005, Flávio Lopes ainda teve tempo para comemorar seu terceiro troféu pelo América, quando comandou o título da Taça Minas Gerais. Em 2014, o ex-camisa 10 pendurou o boné para assumir como o novo diretor de futebol do Coelho, completando uma vida de dedicação ao time do Horto.