2003-2011: Crise e Renascimento

2003/2004: Revelações e decadência

2003/2004:

2003: Terceiro lugar no Campeonato Mineiro
Vigésimo segundo colocado no Campeonato Brasileiro da Série B
2004:

O GOL MAIS RÁPIDO DA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILEIRO

Frederico Chaves Guedes estava longe de ser o reconhecido Fred quando entrou em campo por jogo válido pela segunda rodada da Copa SP de futebol júnior, no dia 11 de janeiro de 2003, durante jogo entre América e Villa Nova-GO. Com apenas 18 anos, o futuro atacante da Seleção Brasileira não imaginava que bastava um chute para entrar na história do futebol mundial.

Mas quem diria que o franzino e jovem atacante acertaria o lance que Pelé errou durante partida do Mundial de 1970 contra a Iuguslávia. Muito antes de disputar duas Copas do Mundo a serviço da Seleção Brasileira, Fred deu uma palhinha do grande goleador que seria em um lampejo de genialidade: Com apenas 3 segundos e 17 milésimos de jogo, o jogador deu um inacreditável chute do meio de campo durante o pontapé inicial da partida e fez o gol mais rápido da história do futebol brasileiro e mundial na época.

Dizem as más línguas que o lance absurdo rendeu ao talentoso garoto, então na lista de dispensas, a renovação de seu contrato. Seja como for, desde então, nascia mais um grande nome das categorias de base do América. No mesmo ano, o atacante foi promovido aos profissionais e marcou logo em sua partida de estreia, contra o Guarani-MG. Fred logo se firmou como principal jogador do Coelho no período, sendo vice-artilheiro do Campeonato Mineiro com a camisa americana em 2003 e 2004.

O INÍCIO DA DECADÊNCIA

O América viveu um período de franco declínio entre 2003 e 2008. Endividado em função de algumas contratações de impacto e salários atrasados durante um passado recente, o clube teve que apostar quase todas suas fichas nas categorias de base entre 2003 e 2004, caracterizada por títulos e grandes revelações durante a década de 90 e 2000.

Dessa forma, o Coelho foi a equipe de menor média de idade durante os Campeonatos Brasileiros da Série B de 2003 e 2004, com o elenco com média de idade de menos de 24 anos. Entre os titulares, apenas a defesa não havia sido formada no próprio clube. Para se ter uma ideia, o orçamento salarial do elenco naquele ano não passava dos 100 mil reais (apenas o atacante Obina recebeu 70% desse valor em 2014) e o maior salário do clube era 15 mil, enquanto a maioria dos jogadores recebiam menos que 5.

Aquela safra até revelou bons valores, como o atacante Fred, que disputou duas Copas do Mundo com a Seleção Brasileira (2006 e 2014), o meia Wagner, que recebeu o prêmio Bola de Prata da revista Placar em 2006 e 2008, além de Ricardo Berna, titular e campeão brasileiro em 2010 pelo Fluminense, e o meia Fahel, que fez sucesso por equipes como Botafogo e Bahia. Mas, apesar do alto potencial, ficou marcada por campanhas pífias no Brasileirão, durante uma época de muita desorganização política e administrativa no clube.

Apesar de alguns jogadores de talento, faltou experiência aquela garotada americana para segurar o tranco de um longo e desgastante campeonato nacional, especialmente durante uma equilibrada Série B de 2003, que teve equipes como Palmeiras e Botafogo entre seus concorrentes. O Coelho fez uma campanha muito ruim nesse ano e terminou a competição apenas em vigésimo segundo lugar, apenas uma posição acima do rebaixamento, sendo o time que mais empatou na competição – um claro sinal de falta de experiência daquela jovem equipe para evitar ou garantir os gols que possam valer uma vitória. Tanto é que o desempenho foi imensamente pior que na mesma competição de 2002, quando o América, ainda com jogadores consagrados como Palhinha e Ronaldo Luís, terminou a disputa em sexto lugar.

Já em 2004, o Coelho novamente retornou às semifinais do Campeonato Mineiro, dessa vez contra o Cruzeiro. No primeiro jogo, a equipe até segurou um empate por 1×1 (gol de Fred), e também chegou a abrir o placar no segundo jogo, encaminhando uma vaga nas finais. Mas, no fim, o América não resistiu ao embalo de uma das equipes mais vitoriosas da história do rival, e perdeu de goleada, por 4×1, com um show particular do meia Alex.

Logo após a competição, o atacante Fred, vice-artilheiro do Campeonato Mineiro e considerado grande revelação do Estadual, foi comprado pelo Cruzeiro por um baixo valor, em uma negociação até hoje muito contestada pelos torcedores americanos. No mesmo ano, Fred foi o artilheiro da Copa do Brasil e quebrou o recorde de gols em uma edição da competição, o que lhe valeu uma transferência para o Lyon-FRA, em 2005, por uma quantia muito maior do que a solicitada pelo Coelho. Dois anos depois de deixar o América, o artilheiro ainda seria convocado para a Copa do Mundo de 2006.

Novamente com um time formado quase que exclusivamente por garotos da base e já sem o atacante Fred, principal revelação da equipe, o América voltou a fracassar na Série B em 2004 e terminou a competição em vigésimo lugar. Naquela ano, 8 equipes foram rebaixadas para e o Coelho não conseguiu escapar do descenso para a Terceira Divisão após 15 anos.

O meia Wagner, outra grande revelação americana do período, ainda decepcionou os torcedores ao abandonar o barco rumo ao Cruzeiro antes do fim do Campeonato, em mais uma negociação controversa com o rival. Como resultado, o jogador foi vaiado em sua última partida pelo clube, durante a derrota por 1×0 para o América-RN no Independência, e ainda desperdiçou um pênalti na ocasião. Wagner já revelou o desejo de se aposentar no América para se redimir de um “erro que cometeu na juventude”, segundo as palavras do jogador.

2005: Campeão da Taça Minas Gerais

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O América foi campeão da Taça Minas Gerais pela segunda vez na história em 2005. (Reprodução: Super Esportes)

SÉRIE C

Depois de mais de quinze anos, o Coelho retornou a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro em 2005. Foi a segunda vez na história que o clube disputou a competição. Em seu direito, a torcida esperava o acesso relâmpago, mas, apesar das altas expectativas, a campanha foi decepcionante e o América foi eliminado logo na segunda fase da competição, aumentando ainda mais a insatisfação da torcida com o desempenho de um clubes que havia conquistado títulos significativos há poucos anos atrás.

CAMPEÃO DA TAÇA MINAS GERAIS

Apesar da eliminação precoce na Série C, o bicampeonato da Taça Minas Gerais serviu como consolação para o América durante uma temporada de poucas glórias. Foi a segunda vez que o Coelho venceu a competição, já que o clube também é tido como campeão de 1980, apesar da polêmica decisão contra o Uberaba.

O adversário da final foi o Caldense, de Poços de Caldas, que não facilitou a vida do Coelho no estádio do Independência. Depois de empatar por 1×1 no tempo regulamentar, o América só conseguiu levar a taça na disputa por pênaltis, por 4×3. O capitão da conquista foi Wellington Paulo, que venceu seu quinto título pelo clube, entre seis no total. A taça serviu como um alívio para a torcida, em um ano de poucas alegrias para o Coelho.

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Jogadores comemoram o título da Taça MG de 2005 após a final contra o Caldense no Independência. (Reprodução: Super Esportes)

 

2006: A maior goleada da história do Independência

O MASSACRE DO HORTO

O América aplicou sua maior goleada em âmbito nacional no ano de 2006, durante partida contra o Jataiense, de Goiás, válida pela segundo fase da competição. Ao vencer a equipe goiana por nada menos que 9×0, o Coelho protagonizou a maior goleada da história do Estádio do Independência e o placar mais largo do futebol brasileiro naquele ano. O curioso é que se os americanos marcassem mais um gol, não caberia no placar, que ainda era manual na época. Alguns dizem que foi por isso que o Coelho não buscou um ainda mais histórico 10×0.

Uma das razões para o fracasso da equipe de Jataí foi o desgaste físico do elenco, que teve que enfrentar uma longa viagem de ônibus rumo à capital mineira. A equipe vivia dificuldades financeiras e disputou a partida em condições precárias.

Graças à goleada por 9×0 e ao bom desempenho da equipe no início da campanha, o América era tido como um dos grandes favoritos ao acesso. No entanto, prejudicado por um estranho regulamento que previa uma sequência de 8 quadrangulares entre as 62 equipes participantes, o Coelho terminou a competição apenas na nona posição, deixando de se classificar para a fase final por apenas 2 pontos, depois de decepcionantes empates nos jogos de ida e volta contra o J. Malucelli.

2007: O ano mais difícil da história

O MAIOR VEXAME DA HISTÓRIA

A temporada de 2007 é considerado por muitos americanos a pior da história do clube, já que marcou a primeira e única vez que o América foi rebaixado no Campeonato Mineiro em toda história. Com o vexatório resultado, o Coelho deixou de ser a única equipe de Minas Gerais a ter disputado todos os Campeonatos Estaduais já realizados, uma honraria que era muito especial para o clube.

O rebaixamento também determinou a desqualificação do América para a disputa de qualquer campeonato nacional na temporada, já que as vagas para a Copa do Brasil e para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro eram definidas a partir das colocações nos Estaduais. Dessa forma, o Coelho foi condenado a um segundo semestre de ostracismo, sem divisão nacional, se limitando à disputa da Taça Minas Gerais. Certamente, foi um dos momentos mais difíceis da história do América e que testou como nunca a fé e esperança dos torcedores americanos.

A VOLTA DO FILHO DO VENTO

A maior alegria do torcedor americano em 2007 foi o retorno do atacante Euller, “O Filho do Vento”. Quase 15 anos depois de liderar o penúltimo título estadual americano em 1993, o craque voltou à sua primeira casa para dar novos ares a um clube em crise.

O antigo ídolo americano deu sorte à equipe, e serviu como amuleto do renascimento americano: Euller voltou ao América sem divisão nacional e no módulo II do Estadual em 2007, mas se despediu dos gramados depois de ser campeão brasileiro da Série C de 2009, conseguir o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro em 2010, e voltar à final do Campeonato Mineiro em 2012.

Decisivo dentro e fora de campo, o jogador foi fundamental para a recuperação da autoestima americana: Ao mesmo tempo que era uma presença inspiradora para torcedores e demais jogadores, também se tornou o principal símbolo do renascimento do Coelho para a imprensa brasileira.

2008: Campeão Mineiro do Módulo II

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CAMPEÃO DO MÓDULO II

Disputando a segunda divisão local pela primeira vez em sua história, o América não decepcionou, cumpriu sua obrigação e reconquistou seu lugar de direito na elite do futebol mineiro com o título do Módulo II do Estadual.

Em contraste com antigos grandes momentos do América, a conquista não foi lá muito celebrada pela torcida alviverde, mas teve seu sabor especial, já que marcou o início do ressurgimento americano em âmbito estadual e nacional.

Os principais jogadores da campanha foram o craque Euller e o atacante Douglas, artilheiro da edição. Outros jogadores que também se destacaram foram os volantes Dudu e Leandro Ferreira, além do meia Luciano e da dupla de zagueiros Micão e Gabriel Santos – ídolos da torcida que acompanharam o Coelho do Módulo II do estadual à Série A do Campeonato Brasileiro.

O acesso americano foi ainda mais repercutido pela mídia esportiva brasileira após o lance inusitado que consagrou o título, protagonizado pelos atacantes Euller e Douglas, durante a partida contra o Valério, na última rodada. Assim como o Ajax de Yohann Cruyff, o América de Euller e companhia fez sucesso com o “pênalti de dois-toques”. Confira:

COELHO ESCAPA DO REBAIXAMENTO

Apesar de ter atuado pelo Módulo II do Campeonato Mineiro e teoricamente não possuir chances de classificação em âmbito nacional, já que os integrantes da Terceira Divisão Nacional seriam definidos a partir das classificações nos Estaduais da Primeira Divisão, o América conseguiu ser relacionado para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série C em 2008, principalmente porque a competição rebaixaria clubes pela primeira vez na história, a fim de inaugurar a Quarta Divisão Brasileira em 2009.

Para formar a quarta divisão nacional, 40 clubes foram rebaixados da Série C de 2008, em um total de 63, o que significa dizer que cerca de 65% das equipes presentes na competição foram rebaixadas para a construção da nova Série D, evidenciando o típico descuido e falta de planejamento profissional da CBF. Entre as 63 equipes participantes, apenas 20 manteriam sua posição na edição de 2009.

Até em função do regulamento, a campanha americana foi marcada pelo sofrimento e desespero: A equipe terminou a competição exatamente na vigésima posição, ficando com a última vaga para a Série C de 2009. O Coelho escapou de um vexatório rebaixamento a quarta divisão apenas na última rodada, graças a uma incrível sequência de resultados, explicável apenas por questões de sorte e destino.

Com a permanência, o Coelho teve a chance de ser campeão da mesma competição no ano seguinte, iniciando um processo de reestruturação relâmpago, que resultaria na volta do clube à primeira divisão do Campeonato Brasileiro e as finais do Campeonato Mineiro em menos de 4 anos. Em um típico renascimento americano, o clube demonstrou sua força de reação ao escapar de um rebaixamento quase certo para a série D em 2008 e conseguir um acesso para a série A em 2010.

Uma grande reviravolta do destino, que começou com a incrível sequência de resultados durante a rodada final da série C 2008. Mas o péssimo planejamento da CBF para a competição de 2008 não pode ser ignorado, já que quase rebaixou o futuro campeão da edição seguinte ao enviar mais da metade dos participantes da competição para a quarta divisão. Equipes tradicionais como o Remo nunca mais conseguiram se recuperar do rebaixamento para a Quarta Divisão.

2009: Bi-campeão brasileiro

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O América conquistou seu segundo título nacional em 2009, ao ser campeão brasileiro da Série C de 2009. (Reprodução: Estado de Minas)

 

VOLTA AO LAR

Um clássico contra o Atlético-MG na primeira rodada do Estadual marcou a volta do América à elite do Campeonato Mineiro. A partida também contou com a estreia do treinador Vanderlei Luxemburgo no comando do Atlético-MG.

O clássico foi ainda mais histórico pela forma como o Coelho se comportou em campo. Depois de voltar da Segunda Divisão do Estadual, o América impressionou pelo espírito com o qual jogou o clássico, sendo superior ao seu rival durante grande parte da partida mesmo estando na Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro.

Com a força da camisa e tradição, o Coelho até saiu na frente, no primeiro tempo, com gol de Luciano. O Atlético empatou na sequência, mas o resultado só não foi melhor porque, como de praxe, dois impedimentos inexistentes foram marcados contra o América, durante oportunidades claras de gol. O jogo terminou empatado em 1×1.

No fim, o América terminou a competição na sexta posição.

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BI-CAMPEÃO BRASILEIRO

Em 2009, o América renasceu das cinzas com o segundo título brasileiro de sua história, durante a conquista do Campeonato Brasileiro da Série C de 2009. Depois de vivenciar a maior crise de sua vida a partir do rebaixamento no Estadual de 2007, o título nacional da Terceira Divisão deu início a um incrível processo de renascimento que culminaria no retorno à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 2010.

O acesso americano foi celebrado nas quartas-de-final contra o Brasil de Pelotas, enquanto o título foi conquistado após duas vitórias nas finais contra o Asa de Arapiraca.

As quartas-de-final foram especialmente emocionantes. Depois de segurar um empate dificílimo por 0x0 no primeiro jogo, disputado fora de casa sob uma forte tempestade, com o campo alagado e com direito a um pênalti desperdiçado pela equipe mandante que garantiu o empate sem gols. No entanto, o resultado era traiçoeiro, já que um empate com gols na segunda partida classificaria o time de Pelotas.

Na segunda partida, em um Independência completamente lotado, o América entrou em campo disposto a voltar ao grande cenário nacional. Luciano abriu o placar, mas a equipe visitante empatou no segundo tempo, causando muita tensão e apreensão no Horto. Quando muitos já perdiam as esperanças o América conseguiu marcar 2 gols depois dos 25 minutos do segundo tempo para garantir a classificação suada para a Série B.

Nas finais, o América enfrentou o Asa de Alagoas e venceu ambos os jogos da decisão: 3×1 em Alagoas e 1×0 no Independência. Foi a segunda final de Série C disputada pelo América, assim como foi o segundo título nacional conquistado pelo clube dentro de seus domínios. A decisão ainda serviu como um jogo de despedida do “Velho Independência”, estádio que foi completamente reformado e remodelado a partir de 2010.

 

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2010: Promovido à Primeira Divisão

DE VOLTA A SÉRIE A

Depois de conquistar a Terceira Divisão Nacional em 2009, o América conseguiu um acesso relâmpago à Série A do Campeonato Brasileiro em 2010, deixando de ser um clube quase rebaixado à Série D (2008) para se tornar uma equipe de primeira divisão (2011) no curto espaço de 3 a 4 temporadas. Com 18 vitórias e 58 pontos conquistados, o América classificou-se para a Primeira Divisão com a quarta e última vaga da competição, após empate por 0x0 contra a Ponte-Preta em Campinas, já na última rodada.

A campanha de sucesso contou com alguns ídolos como o artilheiro Alessandro, o meio-campo Rodriguinho, os goleiros Neneca e Flávio, além do competente lateral-direito Marcos Rocha. O veterano Fábio Jr foi o artilheiro do América na competição, marcando 19 gols apesar dos 35 anos de idade.

2011: Campeão Brasileiro da Série A sub-20

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O América venceu seu terceiro título nacional em nível de categorias de base em 2011, com a conquista do Campeonato Brasileiro da Série A sub-20. (Reprodução: Super Esportes)

REBAIXAMENTO

O América não conseguiu sustentar o acesso relâmpago à elite nacional e foi rebaixado do Campeonato Brasileiro de 2011, desperdiçando a oportunidade histórica de comemorar o centenário e a reinauguração de seu estádio na Primeira Divisão.

O desempenho em 2011 foi prejudicado pelo fato do América ter jogado em “campo neutro” durante todo Campeonato, já que o estádio do Independência, assim como o Mineirão, estavam em reformas com vista na Copa do Mundo. Dessa forma, o clube jogou contra as maiores equipes do país sempre diante de pouca torcida, geralmente na “Arena do Jacaré”, em Sete Lagoas, local distante da base majoritária de torcedores americanos, situada em Belo Horizonte.

O Coelho não foi o único clube mineiro prejudicado por esse fator, já que o Campeonato Brasileiro da Série A de 2011 contou a pior média de público dos times de Minas Gerais na história. Não à toa, Atlético e Cruzeiro também estiveram ameaçados de rebaixamento durante toda campanha, além de contar com baixos públicos.

Apesar do rebaixamento, o Coelho conseguiu algumas vitórias heroicas durante a competição, contra alguns dos times de maior orçamento no país: Além de golear Vasco da Gama (4×1), o Ceará (4×1) e o atual campeão Fluminense (4×0), o América também derrotou o Corinthians (2×1), então líder da competição e futuro campeão, apesar de ocupar a lanterna na época. O resultado contra o time alvinegro foi ainda mais épico porque América cedeu o mando de campo em Uberlândia aos paulistas nesse jogo e mesmo assim conseguiu vencer o primeiro colocado. O Coelho até chegou a embalar 4 vitórias nos últimos 6 jogos da competição, mas uma derrota para o São Paulo, no Morumbi, pela 36ª rodada, decretou o rebaixamento da equipe.

Campeão Brasileiro sub-20

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Capa do site do Globo Esporte no dia que o América foi campeão brasileiro sub-20.

A passagem do Coelho pela Série A em 2011 não foi em vão, já que, graças à participação do time profissional na elite do futebol brasileiro, o time juvenil recebeu o direito de disputar e SER CAMPEÃO do primeiro Campeonato Brasileiro da Série A sub-20 realizado na história. Vencendo os dois jogos da decisão contra o Fluminense, o América ergueu seu terceiro título nacional em nível de categorias de base (atualmente possui 4) após uma vitória por 2×1 sobre o time carioca em Sete Lagoas. A imprensa esportiva carioca deu um especial destaque à superioridade histórica do Coelho em confrontos diretos contra o time do Rio de Janeiro. Posteriormente, essa mesma equipe chegou às semifinais da Copa Libertadores da América sub-20, sendo eliminado pelo futuro campeão River Plate.