BOIADEIRO (Marco Antônio Boiadeiro)

Marco Antônio Boiadeiro foi um meio-campo de sucesso do futebol brasileiro durante a década de 1980 e 90: Além de acumular passagens pela Seleção Brasileira, o meia também foi ídolo e campeão de títulos nacionais por América, Vasco da Gama e Cruzeiro.

ORIGENS

Criado em uma fazenda do interior paulista, Marco Antônio recebeu o apelido de “Boiadeiro” em razão de sua intimidade com a vida no campo. Desde então até os dias de maiores glórias, o jogador não deixou de lado sua origem e identidade, fazendo do “estilo caipira” uma marca registrada.

Boiadeiro começou a carreira no Botafogo-SP, onde surgiu como mais uma das grandes revelações da equipe de Ribeirão Preto durante a década de 80. Em 1986, o meia foi contratado pelo Guarani, onde chegou a ser vice-campeão brasileiro, depois de histórica final contra o São Paulo, decidida apenas nos pênaltis, após empate por 3×3 com direito a prorrogação. Boiadeiro marcou um dos gols do Bugre na decisão, e ficou marcado como uma das principais revelações da grande campanha campineira.

Depois de brilhar no Guarani, o meia foi contratado pelo Vasco da Gama em 1988. Um ano depois, Boiadeiro alcançaria sua “vingança pessoal” contra o São Paulo pelo título perdido em 86, sendo titular e peça fundamental da equipe cruz-maltina que foi campeã brasileira em cima dos paulistas em pleno Morumbi (1×0). Em 1991, assinou com o Cruzeiro e deu sequência à boa fase, sendo um dos destaques do título celeste da Copa do Brasil de 1993, o que lhe rendeu uma convocação para a Copa América do mesmo ano. No entanto, a passagem de Boiadeiro na Seleção ficou marcada pela cobrança de pênalti que selou a eliminação do Brasil, durante a derrota para a Argentina nas quartas de final (6×5).

CARREIRA NO AMÉRICA

Depois de rápidas passagens por clubes como Flamengo e Corinthians, Boiadeiro foi contratado pelo América em 1997, sendo uma das principais contratações do Coelho em parceria com o banco BMF, o maior patrocínio da história recente do clube.

O craque conquistou a vaga de titular em pouco tempo e logo voltou a brilhar na cidade que lhe guardou tantas glórias. Conhecido por dominar as qualidades raras de um armador, o meio-campo de muita visão e qualidade técnica provou que tinha o necessário para superar a identificação com o Cruzeiro e tornar-se um dos ídolos da histórica escalação americana de 1997.

Já no Campeonato Mineiro, Boiadeiro conquistou os americanos ao mostrar um sinal “de banana” para a torcida do Cruzeiro durante as semifinais. Depois de ser provocado durante todo jogo, Boiadeiro perdeu a paciência ao ser expulso na reta final da segunda partida, e ser “ovacionado” pelos cruzeirenses, que cantaram: “Boiadeiro, Boiadeiro, faz um gol pra torcida do Cruzeiro!”. O América perdeu ambas as partidas por 3×2, em um confronto de arbitragem controversa por parte de Luiz Carlos Wright, mas ganhou um ídolo.

Boiadeiro se firmou definitivamente na equipe americana após o Estadual e conquistou o terceiro título nacional de sua carreira durante o título do Campeonato Brasileiro da Série B de 97. O jogador foi o capitão do primeiro título brasileiro do América e participou de 16 dos 18 jogos da campanha, além de marcar 4 gols.

Depois da polêmica mudança no comando técnico americano em 1998, quando o identificado Givanildo de Oliveira deixou o clube para a entrada de Hélio dos Anjos, Boiadeiro foi um dos jogadores que perdeu espaço no elenco com a chegada do novo treinador.

Ao lado de outros ídolos americanos como Pintado, o jogador foi sacado da equipe titular e vendido ao Atlético, mas não brilhou pelo clube rival. Alguns torcedores ficaram decepcionados com a opção do jogador, que saiu alegando perseguição da comissão técnica. Seja como for, Boiadeiro teve o prazer, ou o desprazer, de completar a “trinca mineira” pouco antes de se aposentar em 2002.