CENTENÁRIO

2012: 100 anos de tradição

Final no Centenário

Após ausência de 11 anos, o América retornou às finais do Campeonato Mineiro em pleno ano de seu centenário, depois de superar o Cruzeiro nas semifinais, vencendo ambos os jogos contra seu tradicional rival (3×2 e 2×0).

O atacante Alessandro, autor do gol do título do último estadual do clube em 2001, foi o grande herói da histórica decisão, marcando 3 dos 5 gols que garantiram o América na final. O artilheiro repetiu o gesto polêmico que marcou o último título estadual do Coelho em 2001, ao pedir o silêncio da massa rival logo após balançar as redes. A atitude contrariou os cruzeirenses, como o goleiro Fábio ou o meia Roger Flores, que chegaram a reclamar publicamente da atitude do artilheiro durante as entrevistas e coletivas de imprensa. Mas não teve jeito: Dessa vez, foi o Coelho quem riu por último, e Alessandro voltou a repetir o gesto no segundo jogo, apesar das reclamações dos adversários.

Outros heróis da grande vitória americana foram o goleiro Neneca, que defendeu um pênalti de Wellington Paulista na segunda partida, e o volante Dudu, que grudou como um carrapato no camisa 10 Montillo e simplesmente anulou o principal ídolo cruzeirense em campo, além, é claro, do folclórico Fábio Jr, que marcou nos 2 jogos apesar dos 35 anos, confirmando sua fama de decisivo em clássico. O meia Rodriguinho também esbanjou toda sua categoria como o camisa 10 oficial do centenário, com 3 assistências em 2 jogos.

Uma História Centenária

O América comemorou 100 anos de tradição no dia 30 de janeiro de 2012, durante cerimônia no palácio das artes de Belo Horizonte que contou com a presença do prefeito e governador do Estado de Minas Gerais, além dos principais representantes da Federação Mineira de Futebol e membros da imprensa esportiva mineira e nacional.

Um dos pontos altos da festa foi a re-homologação do deca-campeonato estadual americano, segundo o consenso oficial da Federação Mineira de Futebol. O presidente da FMF inclusive discursou sobre a legitimidade e autenticidade da histórica conquista durante a cerimônia.

A celebração do centenário foi ainda mais histórica por ter sido festejada apenas poucos dias depois do Coelho superar o Cruzeiro nas semifinais e retornar à decisão do Campeonato Mineiro após 11 anos. Certamente, foi um momento de grande alegria na história recente do clube.

Reinauguração do estádio do Independência

Antes da grande decisão, o América promoveu mais uma festa de gala para seus torcedores durante a reinauguração do estádio do Independência, tradicional estádio mineiro que abrigou jogos da Copa do Mundo de 1950. A antiga casa americana foi completamente remodelada e transformada em um dos mais modernos campos do país, ampliando sua capacidade de ocupação de 18.000 pessoas para mais de 25.000.

Para comemorar a reinauguração da nova casa, o América convidou a tradicional equipe argentina dos Argentinos Juniors, campeão da Copa Libertadores da América de 1981, para o jogo de abertura. Segundo a diretoria americana, a razão para o convite foi a semelhança histórica entra ambas as equipes, já que os Argentinos Juniors também é conhecido por sua tradição de revelar jogadores, como ninguém menos que Diego Armando Maradona, sua cria mais famosa.

A partida também celebrou a despedida dos gramados do atacante Euller, o famoso Filho do Vento, que defendeu o América mais de 10 anos durante a carreira, além da estréia e aniversário de Gilberto com a camisa do América, antigo lateral da Seleção Brasileira durante as Copas do Mundo de 2006 e 2010. O pontapé inicial da partida foi dado por Jair Bala, considerado o melhor jogador da história do clube.

No entanto, o primeiro gol da nova cancha não foi marcado por um brasileiro, já que foi o uruguaio Balsas quem estreou as redes do novo estádio, ao abrir o placar para os visitantes com um gol de cabeça.

Dessa forma, o papel de herói coube ao atacante Alessandro mais uma vez. Autor do gol do último título estadual do clube em 2001 e principal destaque da vitória do América na semifinal contra o Cruzeiro poucos dias antes do centenário, o antigo artilheiro americano mostrou que estava mesmo endiabrado e marcou duas vezes para garantir a primeira vitória do América em sua nova casa. Como não podia deixar de ser, o primeiro gol do Coelho no novo Independência foi um golaço, de fora da área, a uma longa distância. No segundo, Alessandro demonstrou oportunismo como manda o figurino de um artilheiro e apenas escorou o rebote do goleiro para completar a festa.

A Final

Com a vitória do Atlético-MG contra o Tupi, o clássico das multidões, o mais antigo de Minas Gerais, voltou a decidir o Estadual pela décima sétima vez na história. Ao todo, foram 8 títulos do Coelho (1916-17-18, 1921, 1923, 1948, 1993 e 2001) contra 9 do Galo (1915, 1927, 1939, 1942, 1949, 1958, 1995, 1999 e 2012), em um confronto histórico que predomina o equilíbrio nas grandes decisões. Mas em 2012, o América entrou já em desvantagem na final, já que o empate consagraria campeão o time de melhor campanha, no caso o Atlético, o que certamente foi um obstáculo para as esperanças e pretensões americanas.

A primeira partida da final do Estadual de 2012 foi tensa, decidiu-se apenas no segundo tempo. O atacante André, sobrinho do antigo zagueiro americano Luis Carlos Marins, foi quem anotou o primeiro gol da partida para os atleticanos. o que tornava a tarefa difícil para o Coelho, que então precisava ganhar de dois gols no segundo jogo para ser campeão. Os americanos já roíam as unhas quando Bruno Meneghel, milagrosamente, arrancou o empate do Coelho nos acréscimos da partida.

Para os torcedores mais apaixonados, o tento salvador só parecia comprovar o destino heroico a qual o clube estava fadado: Depois de frequentar o módulo II do Campeonato Mineiro pela primeira vez na história em 2008, o título mineiro em pleno centenário consagraria a incrível renovação americana, que foi da Série C à Série A, da Segunda Divisão à final, em menos de 5 anos. A conquista ficaria ainda mais marcada na história porque o Coelho seria o centésimo campeão mineiro da história e o primeiro campeão da nova Arena Independência.

Mas tudo era muito bom para ser verdade. Na realidade, o que aconteceu foi que o América sentiu a pressão da conquista heroica e desperdiçou uma grande oportunidade histórica, mais uma vez. A equipe foi irreconhecível, abusou do azar nas finalizações e perdeu de 3×0 para seu maior rival.

Se por um lado a vitória que não veio deixou os torcedores do clube decepcionados, o América ao menos pôde celebrar uma campanha histórica, que esteve a altura do centenário do clube. O desfecho esteve muito longe do que os torcedores sonhavam, mas, ao menos, o Coelho e seus torcedores viveram dias de grande alegria nos momentos antes da decisão.

Vermelho

Depois de 70 anos, o América voltou a utilizar um uniforme vermelho durante partida oficial em 2012, como parte das comemorações do centenário do clube. O modelo fazia alusão ao período em que o América protestou bravamente contra o profissionalismo do futebol brasileiro, o que julgava ser um ato de corrupção ao esporte. (Clique aqui para saber mais sobre o período).

Desde 1942, o Coelho não se vestia de vermelho. E o uniforme deu sorte, pelo menos em um primeiro momento: O América estreou o modelo com uma goleada de 4×0 sobre o CRB e ainda venceu o Bragantino fora de casa na sequência, alcançando a liderança do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. A camisa chegou a acumular 7 jogos de invencibilidade antes de conhecer sua primeira derrota.

QUEDA DE RENDIMENTO

Depois de um primeiro semestre arrasador, com direito a final no Estadual e liderança do Campeonato Brasileiro, o América de 2012 perdeu força com a contusão de seus maiores astros, como Rodriguinho e Alessandro, e não conseguiu manter o bom momento na segunda metade do ano. Após um segundo turno decepcionante na Série B, o Coelho terminou a competição apenas na oitava posição, com 16 vitórias, 7 empates e 15 derrotas.

2013: Em construção

2014: Em construção