TOSTÃO (Eduardo Gonçalves de Andrade)

NOME COMPLETO: Eduardo Gongalves de Andrade

O lendário craque Tostão, campeão do mundo com a seleção brasileira de 1970, teve um forte vínculo com o América durante a juventude: Ainda menino, o futuro craque acompanhou seu pai, confesso torcedor americano, a empolgantes jogos do Coelho no antigo estádio da Alameda, além de ser associado do clube social mineiro-americano durante grande parte da infância e adolescência, onde passou diversas tardes azucrinando a vida de seus pequenos rivais. O jogador recebeu o apelido de “Tostão” porque com apenas 6 anos era capaz de jogar com garotos de mais de 10, apesar de ser pequeno como um “tostão”, moeda do Brasil à época.

Com apenas 14 anos, Tostão já era o craque-mirim da equipe juvenil de futsal do América, multi campeã no cenário local e, com 16, embora não tivesse contrato assinado, treinava e disputava Campeonatos Estaduais pelas equipes de base do Coelho.

Tostão_AFC

Tostão posa ao lado da equipe juvenil do América em 1962. O jogador é o segundo agachado da esquerda para a direita.

No entanto, durante o fatídico ano de 1964, (que também marcou um dos mais tristes vice-campeonatos do América, diante do Siderúrgica), um diretor americano promoveu o encerramento do departamento de juniores, mesmo sem o reconhecimento da diretoria, e deu passe livre para todos os jovens jogadores do clube, ao alegar dificuldades financeiras.

Ao lado de outros antigos americanos, como Vanderlei e Hilton de Oliveira, Tostão foi seduzido pela equipe do Cruzeiro, que ofereceu contrato assalariado aos jovens atletas de apenas 16 anos. Sem maior cuidado com as suas joias e ainda marcado pela incompetência de alguns diretores conservadores, o Coelho deu adeus a um dos melhores jogadores da história do futebol mineiro e brasileiro para o rival emergente.

O destino foi mesmo cruel e, dois anos depois, Tostão comandava o Cruzeiro rumo ao título da Taça Brasil sobre o Santos de Pelé, durante o momento-chave que consolidou o rival americano em nível estadual e nacional. Pouco a pouco, o craque despontou como o jogador mineiro de maior destaque durante a década de ouro do futebol brasileiro, sendo titular do histórico tricampeonato mundial da Seleção Brasileira, em 1970, no México.

No entanto, depois de curta passagem pelo Vasco da Gama, o lendário jogador deixou os amantes do esporte de luto ao abandonar o futebol de forma precoce, com apenas 26 anos, em razão da seguidas lesões no joelho e um glaucoma no olho esquerdo. A forma como Tostão pendurou as chuteiras foi ainda mais dramática porque o antigo craque se afastou do grande público durante quase dez anos.

Tostão então passou a dedicar-se a medicina, carreira que teve de abandonar antes de ingressar no futebol profissional, além de ter provado ser um craque dentro e fora dos gramados como cronista esportivo.  Atualmente, o antigo jogador escreve colunas semanais para a sessão de Esportes do jornal “O Estado de São Paulo” e “O Estado de Minas”.

Lenda do futebol mundial, Tostão carrega um pouco de América em sua história e, certamente, pode dedicar um pouco de seu amor pelo futebol ao próximo vínculo que teve com o Coelho, clube do coração de seu pai, durante a juventude.