TORCEDORES ILUSTRES

Tancredo Neves:

Eleito presidente da República em 1984, Tancredo Neves nunca negou ser torcedor americano, mas ficava em cima do muro ao declarar simpatia por todos os clubes do estado. No melhor estilo “bom político”, chegou a dar uma declaração famosa para a revista Placar: “Sou torcedor do América, mas admiro o Atlético e o Cruzeiro, assim como todos os outros clubes do Estado“. No entanto, suas raízes americanas o denunciavam: segundo pesquisa de Carlos Paiva, historiador oficial do clube, Tancredo chegou a integrar as equipes juvenis do segundo quadro do América nos anos 1930. Além disso, acompanhou a família a diversos jogos do Coelho na antiga Alameda, entre eles, a histórica final contra o Atlético em 1948. Em 1984, foi aclamado como sócio benemérito do América Futebol Clube.

Tancredo

Juscelino Kubicthek:

Presidente da República entre 1956 e 1961, foi torcedor americano declarado e, inclusive, integrou as equipes juvenis de basquete do clube durante a juventude. Sua esposa Sarah fazia parte da família mais ilustre de americanos do período e era prima direta de Otacílio Negrão de Lima, maior figura política do clube na época.

Otacílio Negrão de Lima:

Antigo presidente, patrono e jogador do América nos tempos do deca-campeonato, acumulou 2 mandatos como prefeito de Belo Horizonte entre 1947 e 1951 e foi o principal responsável pela construção do estádio do Independência em 1950.

Mestre Telê Santana:

Apesar de nunca ter defendido a equipe profissional do América como jogador ou treinador, Telê admitiu ser torcedor do clube durante a juventude em diversas ocasiões, como durante crônica que escreveu sobre o Coelho em 1996, 10 anos antes de seu falecimento, chamada de “O meu time do coração” e publicada na Folha de São Paulo. “O Mestre” chegou a trabalhar com a base do Coelho entre 1989 e 1995, mas a parceria teve que ser interrompida em função dos problemas de saúde que abreviaram sua carreira como técnico. A admiração do lendário treinador brasileiro foi herdada de seu pai, Zico Santana, que foi goleiro do clube nos anos 30 e fundador do departamento infantil americano na década de 70.

Fernando Sabino:

Jornalista e escritor mineiro reconhecido nacionalmente, autor de obras como “O Grande Mentecapto”, “O Encontro Marcado” ou “O Homem Nú”, Fernando Sabino era botafoguense no Rio de Janeiro, onde morou como adulto, mas confessou seu amor pelo América, time de sua juventude, em diversas ocasiões. Existem registros de uma crônica de Fernando Sabino sobre o América, em que o escritor narra suas lembranças de um clássico contra o Atlético. Nesta crônica, Fernando Sabino afirma em alto e bom som que o Coelho era o seu time do coração.

Fernando Pierucetti (Mangabeira):

O cartunista e jornalista Fernando Pierucetti, mais conhecido por seu pseudônimo Mangabeira, foi o autor dos mascotes de todos os principais clubes mineiros em 1945. “O Grande Pai dos mascotes mineiros”, Mangabeira elegeu o Galo como mascote do Atlético, em razão das cores do clube, idênticas a do Galo Carijó, a Raposa como mascote do Cruzeiro, em alusão a personalidade do antigo presidente palestrino Mario Grosso, o Leão como mascote do Villa Nova e até o Canarinho como mascote da Seleção Brasileira. No entanto, o mascote reservado ao seu time do coração causou a revolta da torcida americana em um primeiro instante: pressionado por uma redação composta majoritariamente por torcedores atleticanos, Mangabeira surpreendeu ao nomear o Pato Donald como o novo mascote do América. As justificativas eram que o personagem era “americano” de nascimento e representava o espírito polêmico do clube alviverde e seus dirigentes na época, que ainda estavam marcados pelos diversos embates contra a Liga Mineira desde o deca-campeonato (o América liderou a divisão da Liga Mineira em 1931, por exemplo). Mas o pobre Pato Donald  foi repudiado pela torcida americana, que não queria estar associada com uma figura tão debochada, que imediatamente gerou provocações dos rivais locais. Mangabeira só se redimiu perante seus iguais quando tirou um Coelho da cartola e o elegeu como novo mascote oficial do clube. Para eternizar o novo mascote, Mangabeira  publicou uma charge em que um Pato enfia uma espada na barriga, no melhor estilo haraquiri, enquanto o Coelho, ao fundo, assiste tudo em meio a gargalhadas. A charge foi bem recebida pelo público e, desde então, nunca mais se falou no velho mascote: o Pato estava morto e o Coelho mais vivo do que nunca. Como agradecimento, a redação do “Folha de Minas” recebeu incontáveis telegramas e cartas de agradecimento de americanos prestigiando Mangabeira. Afinal, o pé do Coelho deu sorte, e o América voltou a ser campeão mineiro apenas 3 anos depois da criação do mascote de Mangabeira.

Mangabeira

Fernando Brant:
Um dos principais parceiros de Milton Nascimento no “Clube da Esquina”, famoso grupo mineiro de MPB, Brant foi um grandes símbolos da poesia mineira no séc. XX. Torcedor assumido e fanático do América, chegou a escreveu uma marchinha em homenagem ao clube em 1975, chamada de “Deus Salve o América”.

Seu falecimento no dia 12/06/2015 comoveu toda comunidade americana e recebeu devidas e justas homenagens por parte de clube e torcida. Um dia após o adeus a Brant, durante a vitória por 1×0 sobre o Atlético-GO no Independência, todos os jogadores do América atuaram com o nome do saudoso poeta grafado na camisa, seguida de uma frase do autor: “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”

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“O céu está um pouco mais americano”, por Miguel Jabur.

“Deus salve o América, a mineiridade, a arte de Fernando Brant!”, por Marinho Monteiro.

Sebastião Salgado:

Um dos mais prestigiados fotógrafos do mundo, premiado com diversos prêmios internacionais, Sebastião Salgado também é economista, escritor e torcedor assumido do América.

Rômulo Paes:

Histórico compositor e poeta mineiro nascido em Paraguaçu, famoso pela frase “Minha vida é esta: Subir Bahia, descer Floresta”, que se tornou lema oficial de Belo Horizonte em 2007. Antigo vereador e radialista, seu nome batiza uma praça na rua Bahia.

Tavinho Horta:

Conhecido por sua participação no “Clube da Esquina”, o músico e compositor Tavinho Horta era torcedor do América e participou, ao lado de Fernando Brant, da composição de uma marchinha em homenagem ao Coelho, chamada de “Deus Salve o América”.

Tavinho Moura:

Tavinho Moura é outro grande nome da safra mineira de MPB que se assume como torcedor do clube.

Geraldo Magela:

O carismático humorista Geraldo Magela, o “ceguinho” dos programas “Escolinha do Barulho” e “Praça é Nossa”, é outro torcedor assumido do América. O humorista até já vestiu a camisa do clube em cadeia nacional – quando narrou com bom humor as alegrias e tristezas de torcer pelo Coelho durante programa da “Praça É Nossa”, exibido em 2007.

Eduardo Azeredo:

Primeiro governador de Minas Gerais nascido em Belo Horizonte, Eduardo Azeredo era torcedor americano declarado e inclusive compareceu ao estádio do Independência para prestigiar o América e saudar os jogadores durante o primeiro título nacional do clube em 1997, ano que também comemorou o centenário da capital mineira.

Newton Cardoso:

Governador de Minas Gerais e prefeito de Contagem durante a década de 1980, era um torcedor americano caracterizado pelo fanatismo. Chegou a idealizar a construção de um estádio americano para mais de 50.000 pessoas em Contagem entre as décadas de 70 e 80 – projeto que nunca saiu do papel e, posteriormente, foi substituído pelos planos de aquisição do Independência.

Felipe Andreolli:

Humorista e repórter do CQC, programa filiado a Bandeirantes, o paulista Felipe Andreolli é torcedor assumido da Portuguesa, mas adotou o América como clube oficial em MG, recebendo um kit com camisas do clube como agradecimento.

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Ex-presidente Lula arrisca um drible com a camisa do América, durante pelada presidencial em 2003. Corintiano assumido, o político recebeu um kit de camisas da diretoria do clube quando assumiu a presidência da República pela primeira vez.

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Após receber título de cidadão honorário de Minas Gerais em 2013, o ex-presidente Lula recebeu camisa dos clubes da capital e logo demonstrou sua preferência pelo manto verde-negro.