Roque Filomeno Valsechi

O argentino Roque Valsechi, conhecido pela classe e elegância no trato da bola, defendeu o América entre 1948 e 1950 e foi, talvez, o principal ídolo da torcida americana no período.

O craque liderou o Coelho rumo ao primeiro título do Campeonato Mineiro desde o deca-campeonato, além da conquista da Taça dos Campeões Estaduais, depois de apresentações de gala durante a temporada de 1948.

O jogador já era conhecido e reconhecido em seu país natal antes de brilhar em território brasileiro. Pelo Boca Juniors, Valsechi, foi bi-campeão nacional, em 1940, e o mais notório deles, em 1944 – após violenta partida contra o Lanús, que culminou nas duas primeiras mortes em estádios de futebol no país. O argentino também teve passagem pelo Platense e pelo Chicarita Juniors antes de aportar no Brasil.

O meia atacante chamou a atenção do Botafogo após amistoso internacional, e foi contratado pela equipe carioca em 1946. Seu melhor momento pela equipe alvinegra foi durante a maior goleada do clube sobre o Flamengo até então (5×2), quando marcou um dos gols.Durante o clássico histórico, os jogadores rubro-negros sentaram em campo após o quinto gol botafoguense e simplesmente desistiram da partida diante da superioridade da equipe liderada por Valsechi.

EM MINAS

Valsechi foi contratado pelo Atlético-MG em 1947, e deu novo ânimo à equipe alvinegra que conseguiu o bicampeonato estadual naquele ano. Considerado o principal maestro do time alvinegro, o argentino se tornou o pivô de uma transferência polêmica no fim da temporada, quando decepcionou os atleticanos e teve seu passe comprado pelo América a peso de ouro.

Camisa 10 por natureza, o argentino brilhou ainda mais com a camisa alviverde, e se tornou peça fundamental durante os dois títulos conquistados pelo América na temporada de 1948. No primeiro deles, o craque só faltou fazer chover durante a conquista da Taça dos Campeões, marcando gol contra equipes históricas como “O Expresso da Vitória” do Vasco da Gama, que cedeu 7 jogadores titulares a Seleção Brasileira de 1950.

Já durante o estadual, o craque se tornou o jogador mais lembrado do histórico título americano sobre o Atlético. No entanto, o meia quase ficou de fora da decisão, após ser acusado de indisciplina pelo técnico Yustrich. O argentino só foi confirmado para a final após apelo da torcida e diretoria americana, e uma dura conversa com o saudoso treinador americano. Apesar da polêmica extra-campo, o jogador foi um dos grandes carrascos de seu antigo clube durante a vitória americana por 3×1.

O argentino ainda foi vice-campeão estadual em 49, antes de deixar o Coelho como ídolo no ano de 1950. O camisa 10 então voltou ao futebol argentino, onde despediu-se do futebol sob as cores do Newells Old Boys, em 1952.